TB, 09/08/2023
Por Frank Landymore
Mudando de tom
Em abril, a Universal Music Group - uma das maiores gravadoras do mundo - exigiu a retirada de uma música que usava vocais clonados de voz de seus artistas Drake e The Weeknd.
Agora, aparentemente mudando de tom, o Financial Times relata que a UMG iniciou negociações com o Google, sobre como juntos eles poderiam licenciar melodias e vozes de artistas para uso em músicas geradas por IA, com a Warner Music também dizendo estar nas negociações.
Se os planos se concretizarem, o resultado será uma ferramenta que os fãs poderão usar para deepfake de seus músicos favoritos. Caso desejem, os artistas podem optar por não serem incluídos no sistema.
"Com a estrutura certa em vigor", disse o CEO da Warner Music, Robert Kyncl, em uma reunião na terça-feira com investidores, de acordo com o FT, a IA poderia "permitir que os fãs paguem a seus heróis o elogio final por meio de um novo nível de conteúdo orientado ao usuário... incluindo novas versões cover e mash-ups."
Sob a Ponte
De acordo com o relatório, os executivos do mundo da música aprenderam com a última vez que a internet apresentou um enigma espinhoso de direitos autorais: o YouTube. A plataforma de vídeos, de propriedade do Google, foi palco de inúmeros vídeos feitos por usuários com músicas protegidas por direitos autorais.
Depois de anos de cansativas batalhas legais, a indústria da música chegou a um acordo feliz por meio de um acordo lucrativo com o Google que lhe rende bilhões de dólares por ano pelo uso de sua música.
Da mesma forma, foi apenas alguns meses atrás que a UMG jogou um assobio sobre deepfakes feitos por fãs de seus artistas. Mas vendo a escrita na parede, agora pode ficar feliz em permitir que versões clonadas de músicas de artistas sob seu polegar existam desde que veja dinheiro disso – e melhor ainda, dinheiro do Google.
Maré Ascendente
Os artistas contratados pela UMG podem vê-lo de forma diferente. O principal entre os descontentes de sua formação repleta de estrelas é Drake, que em abril reclamou de um remix viral de uma música do Ice Spice que usou um clone de sua voz gerado por IA.
"Esta é a gota d'água", escreveu ele em um story no Instagram.
Para aqueles artistas que consideram isso uma questão de princípio, a escolha de optar por entrar ou sair pode ser pouco confortável.
A UMG e a Warner esperam capitalizar remixes supercarregados com IA por meio de canais pagos legítimos. Mas isso pode normalizar os deepfakes musicais em geral, convidando ainda mais aqueles que desrespeitam as permissões legais a entrar na diversão também.
O que é bom se você é uma gravadora tentando ganhar um dinheirinho com a popularidade generalizada, mas um pesadelo para artistas que querem manter suas vozes livres da clonagem de IA. Nesse ponto, o opt-out pode nem importar.
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Fonte:https://futurism.com/the-byte/google-universal-monetize-deepfaked-ai-songs
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