GQ, 07/08/2023
Por Anay Mrindul
Na Conferência de Prefeitos dos EUA de 2023, 1.400 autoridades eleitas seguiram o exemplo do prefeito vegano da cidade de Nova York, Eric Adams, para ratificar uma resolução que promove uma mudança para dietas à base de plantas em todo o país. Os líderes dizem que seguir essa abordagem pode lidar com doenças crônicas, mudanças climáticas e custos nacionais de saúde.
A 91ª edição do evento anual reuniu autoridades eleitas de 1.400 cidades com uma população de mais de 30.000 habitantes, para discutir questões sociais e políticas, sendo as doenças crônicas o tema principal deste ano. Os prefeitos dizem que a atual trajetória das doenças crônicas – aliada ao aumento dos custos com saúde e à crise climática – é “insustentável”.
A resolução baseada em plantas dos prefeitos dos EUA
A resolução envolve a exploração de oportunidades para incluir mais opções à base de plantas em qualquer ambiente onde o governo municipal forneça alimentos aos constituintes (como escolas, hospitais e serviços sociais), e promover os benefícios de uma abordagem baseada em vegetais aos constituintes por meio de campanhas de conscientização pública. Também visa avaliar o impacto ambiental das escolhas alimentares, avançar para uma abordagem mais centrada em plantas para a saúde individual e da população – bem como o bem-estar ambiental local e global – e usar essas novas intervenções para resolver problemas orçamentários enfrentados por todas as cidades no curto prazo, e longo prazo.
Os líderes definem uma dieta “predominante de plantas” para incluir “frutas inteiras e minimamente processadas, vegetais, legumes, grãos integrais, nozes e sementes”, e fazem alusão a numerosos estudos que mostram o impacto positivo do veganismo no tratamento de condições crônicas.
A resolução explica que, trabalhando para criar uma população mais saudável, os custos com saúde também serão reduzidos. De acordo com o CDC, 60% dos americanos têm uma doença crônica, enquanto 40% dos adultos têm duas ou mais dessas condições. Isso inclui diabetes tipo 2, doenças cardíacas e hipertensão – as principais causas de morte e incapacidade nos EUA e o principal fator para seus gastos anuais com saúde de US$ 4,1 trilhões.
Além disso, os prefeitos dizem que um padrão alimentar baseado em vegetais “alivia o estresse ambiental uma refeição por vez” – um estudo recente revelou que o veganismo pode reduzir a pegada ambiental de um indivíduo em 75% em comparação com uma dieta rica em carne. Essa afirmação também é um importante bloco de conscientização para os americanos, 40% dos quais não acreditam que comer menos carne reduziria suas emissões de carbono.
Eles foram influenciados por uma estimativa do PNUMA que diz que uma mudança baseada em plantas poderia reduzir a mortalidade, e os gases de efeito estufa causados pela produção de alimentos em 10% e 70%, respectivamente, nos próximos 25 anos.
O prefeito de Nova York, Eric Adams, lidera o caminho
Em 2021, a cidade de Nova York elegeu seu primeiro prefeito vegano, Eric Adams, que comemorou a vitória com um wrap de café da manhã da Plantega. Adams usou sua plataforma para promover uma dieta baseada em vegetais na cidade de Nova York com inúmeras campanhas, incluindo uma expansão dos programas de medicina do estilo de vida da cidade, uma introdução de opções de menu vegano em escolas públicas, hospitais e outros espaços governamentais e um programa Eat A Whole Lot More Plants que desafia os nova-iorquinos a comer mais comida vegana.
A resolução dos prefeitos cita a cidade de Nova York como um exemplo de seu impulso à base de plantas, observando que promoveu e desenvolveu modelos de parceria que outras cidades podem desenvolver. Desde que o corpo dos hospitais públicos da cidade de Nova York iniciou um programa dedicado à medicina baseada em plantas em 2022, os pacientes observaram uma melhora significativa em sua saúde cardiometabólica, incluindo perda de peso, aumento do açúcar no sangue e redução de outros fatores de risco. Essa mudança, implementada em 11 hospitais, também deve economizar $ 500.000 anualmente em comparação com as refeições convencionais, ajudando a reduzir as emissões de carbono baseadas em alimentos da cidade de Nova York.
No final do ano passado, a cidade também fez parceria com o American College of Lifestyle Medicine (ACLM) para oferecer treinamento gratuito a 200.000 profissionais de saúde em medicina do estilo de vida, com foco na educação nutricional à base de plantas – o maior programa desse tipo no mundo.
“Aplaudimos os prefeitos visionários do país, que estão em posições únicas para efetuar mudanças por meio do trabalho com agências municipais e instituições afiliadas e parcerias público-privadas”, disse Beth Frates, presidente do ACLM, que aplaudiu a resolução. “A cidade de Nova York tem sido um modelo exemplar no qual outras cidades podem construir, e pedimos que esta resolução seja amplamente adotada para melhorar a saúde de nossa nação.”
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