NA, 25/07/2023
Por Ben Coxworth
Atendendo a vários propósitos úteis, as interfaces cérebro-computador (BCIs) geralmente incorporam eletrodos aplicados no couro cabeludo ou mesmo implantados no cérebro. Um novo BCI menos invasivo, no entanto, pode simplesmente ser inserido no canal auditivo do paciente conforme necessário.
Desenvolvido por uma equipe de cientistas da Universidade de Tsinghua, na China, o dispositivo experimental é conhecido como SpiralE.
Medindo apenas 50 mm de comprimento por 3 mm de largura, ele assume a forma de uma fina tira retangular multicamada composta por duas camadas de polímero com memória de forma, uma camada de atuação eletrotérmica e uma camada de EEG (eletroencefalograma). A tira é inicialmente enrolada como um saca-rolhas, permitindo que seja facilmente inserida no canal auditivo mais amplo do paciente.
Uma vez no lugar, o dispositivo é exposto a um campo elétrico externo, desencadeando um processo de aquecimento Joule em sua camada de atuação eletrotérmica. O calor gerado faz com que os polímeros com memória de forma da tira tentem reverter para um estado plano e não ondulado.
Como resultado, a tira começa a se desenrolar, mas permanece em uma configuração menos enrolada pelas paredes internas do canal auditivo. Sua camada de eletrodo de EEG é assim pressionada contra a pele do canal auditivo, onde pode detectar facilmente os sinais elétricos do cérebro.
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| Um diagrama mostra como o SpiralE se encaixa dentro do canal auditivo |
É importante ressaltar que, como o SpiralE se expande de acordo com as restrições do canal auditivo de forma única de cada pessoa, ele sempre oferece um ajuste personalizado. E como um bônus adicional, porque é essencialmente uma espiral oca que não bloqueia as ondas sonoras, supostamente não afetará a audição do paciente. Para removê-lo, basta puxá-lo/torcê-lo suavemente.
Em testes de laboratório, o dispositivo foi considerado confortável de usar por períodos prolongados e provou ser até 95% preciso na detecção da atividade cerebral dos voluntários. Os cientistas esperam que ele possa ser usado em aplicações como a detecção de epilepsia ou sonolência ou o monitoramento dos padrões de sono dos pacientes.
Um artigo sobre a pesquisa, liderado por Zhouheng Wang, foi publicado recentemente na revista Nature Communications.
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