IP, 20/06/2023
O Banco de Compensações Internacionais (BIS) disse nesta terça-feira que as criptomoedas descentralizadas são um “sistema falho” e, em vez disso, apoiou o desenvolvimento de uma alternativa centralizada.
O BIS, considerado o banco central dos bancos centrais, apoiou a “tokenização” ou a conversão de dinheiro e outros ativos em tokens digitais que podem ser negociados em plataformas programáveis, dizendo que oferece a promessa de um “grande salto” no sistema financeiro.
Os bancos centrais e os reguladores têm sido céticos, se não francamente hostis, às criptomoedas, que foram desenvolvidas usando blockchains digitais, uma tecnologia que permitia o gerenciamento descentralizado de ativos comerciais.
Os defensores da tecnologia elogiaram sua estrutura descentralizada, e muitas vezes transações anônimas que tiraram o controle das mãos de instituições governamentais como bancos centrais.
Mas os bancos centrais começaram a testar as águas da tecnologia, com o BIS assumindo um papel de liderança.
Em uma publicação antecipada de seu relatório trimestral, o BIS abraçou de todo o coração a tecnologia subjacente, mas disse que seu sucesso na esfera financeira exige que a confiança transmitida por ela seja apoiada por instituições como bancos centrais.
“Cripto e finanças descentralizadas (DeFi) ofereceram um vislumbre da promessa de tokenização, mas cripto é um sistema falho que não pode assumir o manto do futuro do dinheiro”, disse o BIS.
O sistema de criptomoeda "carece da âncora da confiança no dinheiro fornecida pelo banco central... a implosão do universo cripto no ano passado mostra que não há substituto para a coisa real", acrescentou.
Além da enorme volatilidade de valor, o mundo das criptomoedas foi repetidamente atingido por escândalos, incluindo o colapso da plataforma de câmbio FTX em novembro passado, que viu os investidores perderem grandes somas.
Crashes de plataformas cripto fizeram com que os reguladores endurecessem sua postura para proteger os consumidores, com as autoridades dos EUA recentemente se movendo contra duas grandes exchanges recentemente por supostamente contornar as leis de valores mobiliários.
Embora o BIS esteja pressionando por um único registro de transações, o que pode emergir é uma rede de variantes interconectadas.
O relatório analisa vários estudos do banco central, incluindo Jura, ideia do banco nacional suíço e do Banco da França para testar operações transfronteiriças usando versões de moedas digitalizadas de emissão do banco central.
O BIS chamou a tokenização de “o próximo passo lógico” na manutenção de registros digitais e na transferência de ativos.
“A tokenização pode aumentar drasticamente as capacidades do sistema monetário e financeiro, aproveitando novas maneiras de os intermediários interagirem no atendimento aos usuários finais, removendo a tradicional separação de mensagens, reconciliação e liquidação”, afirmou.
Artigos recomendados: FEM e AAE
Nenhum comentário:
Postar um comentário