NH, 22/03/2023
Por Jamie Morton
O governo está injetando US$ 70 milhões em um grande novo esforço científico destinado a tornar a Nova Zelândia líder na mesma tecnologia que sustenta a vacina Covid-19 da Pfizer.
Isso é ácido ribonucleico, ou RNA – algo encontrado em todas as células vivas, com semelhanças estruturais com o DNA, e que os cientistas acreditam que pode ser transformador para tecnologias médicas.
Depois que o governo orçou no ano passado US$ 40 milhões para pesquisas no espaço, anunciou esta semana um investimento de US$ 70 milhões em uma nova plataforma de desenvolvimento de RNA, a ser co-organizada pelas universidades de Victoria e Auckland.
A plataforma – recebendo inicialmente US$ 500.000, com o restante previsto para chegar ao longo de sete anos – também está sendo apoiada pela Otago University e pelo Malaghan Institute of Medical Research, com sede em Wellington.
O Dr. Kjesten Wiig, do instituto, que atua como codiretor interino da plataforma, disse que a tecnologia apresentou uma maneira de a Nova Zelândia “sobrecarregar” seu setor de biotecnologia e se tornar líder no desenvolvimento de novas terapêuticas [genéticas] baseadas em RNA.
A vacina Pfizer-BioNTech que a maioria dos Kiwis recebeu envolvia uma sequência de mRNA: ou uma molécula específica e pré-codificada instruindo nossas células sobre o que construir, mas que [supostamente] não poderia modificar nossa própria genética.
A tecnologia promete novas vacinas, tratamentos e diagnósticos direcionados a áreas como câncer e doenças autoimunes, com uso potencial em outras áreas, como saúde animal e agricultura.
A nova plataforma visava desenvolver a capacidade em todo o setor de biotecnologia do país, desde a pesquisa e desenvolvimento iniciais até os regulamentos e a produção.
Também apoiaria desenvolvimentos na fabricação, como a criação de novos sistemas de entrega para vacinas de [m]RNA ou o avanço de laboratórios de menor escala para produzir com eficiência agentes terapêuticos de RNA.
The RNA Platform will also support New Zealand’s aspirations to develop local vaccines and therapeutics. I’m so proud to support our world-class researchers and industry to deliver this vision. https://t.co/76XthyhU1T
— Ayesha Verrall (@drayeshaverrall) March 22, 2023
“Acreditamos que estamos no início de uma mudança radical na medicina – a tecnologia de RNA usada nas vacinas Covid-19 é tão disruptiva [e mortal] e revolucionária quanto a penicilina e os computadores.”
O co-diretor interino Professor John Fraser, da Universidade de Auckland, disse que os principais institutos de pesquisa e empresas do país estariam trabalhando em prol de um objetivo comum.
A vice-reitora (pesquisa) da Victoria University, professora Margaret Hyland, acrescentou: “Esta plataforma reunirá especialistas de diferentes organizações, aqui na Nova Zelândia e internacionalmente, e desenvolverá a capacidade de ponta a ponta das tecnologias de RNA – desde o laboratório até a produção em larga escala.”
Embora os cientistas da Nova Zelândia tenham desenvolvido sua própria vacina contra o Covid-19 – agora nos estágios finais de desenvolvimento pré-clínico – ela foi baseada em tecnologia diferente da plataforma de mRNA da Pfizer.
O novo investimento ocorre em um momento em que o governo está revisando separadamente os regulamentos sobre edição de genes, também com foco na ciência biomédica.
Especificamente, as autoridades estão analisando se nosso regime deve se concentrar mais no risco do que na tecnologia envolvida.
“Há muitos desenvolvimentos na pesquisa biomédica, desde terapias contra o câncer até vacinas, e gostaríamos que nossos regulamentos acompanhassem esses desenvolvimentos”, disse o ministro do Meio Ambiente, David Parker, ao [jornal] Herald no ano passado.
“Mudar para uma abordagem baseada em risco garante que nossos regulamentos não fiquem desatualizados com cada novo avanço tecnológico.”
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