FIF, 13/01/2023
Por Marc Cervera
13 de janeiro de 2023 --- Uma pesquisa encomendada pela GEA com 1.000 chefs em onze países revelou a confiança dos cozinheiros profissionais em proteínas alternativas. Quarenta e três por cento acreditam que a proporção de refeições preparadas com proteínas alternativas atingirá entre 26% e 50% até 2040 e 23% acreditam que as proteínas alternativas poderão ser mais utilizadas até 2040 do que as tradicionais.
“Proteínas alternativas prometem ajudar a alimentar uma população crescente usando menos recursos. Como tal, eles podem desempenhar um papel essencial para tornar nosso sistema alimentar mais sustentável e confiável”, diz Stefan Klebert, CEO da GEA.
Klebert ressalta como o trabalho com proteínas alternativas coloca a GEA no centro de um “momento decisivo que muito provavelmente moldará o futuro da nutrição”.
Transição para novos alimentos
A pesquisa, realizada em agosto passado, constatou que 90% dos chefs já usam alternativas à carne e laticínios, com um em cada três usando-os “em uma extensão significativa”, de acordo com a GEA.
Nove em cada dez observaram um interesse crescente em alternativas às proteínas convencionais. Quarenta por cento dos chefs relatam um alto grau de aumento na demanda, já que quase 95% dos entrevistados acham que os clientes de seus restaurantes exigirão mais proteínas vegetais nos próximos dez anos.
“Para proteínas cultivadas e baseadas em células, 45% dos chefs prevêem um forte crescimento na demanda. Além disso, nada menos que 36% dos chefs esperam ver um aumento considerável na demanda dos clientes por proteínas e alimentos à base de insetos”, de acordo com a GEA.
De acordo com a GEA, os chefs entrevistados confirmaram que os produtos à base de plantas são uma “alternativa atraente” em qualidade e preço aos produtos convencionais. No entanto, 70% dos chefs entrevistados consideram que melhorias de qualidade são “cruciais” para o sucesso de novas alternativas.
As razões para a transição para novas proteínas são preocupações ambientais (74%), razões de saúde (74%) e éticas (50%).
Apelo transnacional
A GEA conduziu a pesquisa por meio de 1.002 entrevistas online com chefs do Brasil, China, Dinamarca, Alemanha, Índia, Israel, Holanda, Cingapura, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
“Os resultados da nossa pesquisa mostram que os chefs de todo o mundo estão muito abertos a proteínas alternativas. Muitos também estão conscientes do fato de que esses novos produtos e ingredientes podem ter um impacto fundamental em nossa nutrição futura e desejam promover essa mudança ativamente”, diz Michael Lindberg, CEO da Lindberg International, a empresa de pesquisa que realizou a pesquisa para a GEA.
Setor em movimento
As empresas estão constantemente em movimento para melhorar suas proteínas alternativas e encontrar novas parcerias na competitiva indústria de base vegetal, enquanto as startups tentam garantir financiamento para levar adiante sua inovação promissora.
Nesta semana, o Project Eaden, com sede em Berlim, está planejando expandir sua tecnologia “ultra-realista” de carne à base de plantas por meio de uma extensão de sua rodada de investimento inicial para US$ 10,8 milhões. A injeção de dinheiro será destinada a impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia proprietária da startup, que produz fibras de proteína para uso na criação de análogos de carne.
A FrieslandCampina Ingredients está aproveitando os recursos especializados de biotecnologia da Triplebar Bio para desenvolver e ampliar a produção de proteínas baseadas em células por meio de fermentação de precisão. A aliança visa desenvolver soluções inovadoras de proteínas alternativas que melhorem a saúde humana, direcionem a nutrição infantil e reduzam a dependência de fontes tradicionais de proteína.
No início deste mês, a Vgarden, uma startup de tecnologia de alimentos com sede em Israel, revelou atum enlatado vegano feito com proteína de ervilha.
Em outras ações, após uma rodada bem-sucedida de financiamento, a startup Protenga, sediada em Cingapura, receberá investimentos adicionais em sua plataforma de tecnologia de proteína de insetos.
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