RTT, 25/01/2023
Por Didi Rankovic
Invasão de privacidade extrema.
Se você está na Argentina e preza pela segurança e privacidade de seus dados biométricos pessoais mais sensíveis – guarde aquele chip que você tem, porque as regras agora dizem que para conseguir um novo você deve submeter-se ao reconhecimento facial obrigatório.
A ordem para passar a exigir biometria para poder usar um cartão SIM partiu da Autoridade Nacional de Comunicações (Enacom), e aplica-se a todas as operadoras móveis.
As autoridades estão justificando a decisão dizendo que aumentará a segurança, principalmente em relação ao roubo de identidade e hacking por meio de métodos como a troca de SIM.
A troca de SIM não é novidade, mas o que fez a Enacom entrar em ação agora parece ser o fato de que vários funcionários de alto escalão foram recentemente alvo de tais ataques, incluindo o ministro da Segurança e Justiça de Buenos Aires, Marcelo D'Alessandro.
E por isso toda a população terá agora de entregar dados biométricos durante o processo de verificação aquando da obtenção de um cartão SIM. Irrelevante também é o fato de que das centenas de milhares de reclamações relacionadas à segurança que as operadoras de telefonia na Argentina recebem todos os meses, apenas 0,05% tem a ver com a troca de SIM.
O método de hacking envolve apresentar uma reclamação falsa ao operador sobre um cartão perdido ou roubado que precisa ser desativado. A empresa então ativa um cartão SIM em branco que os golpistas possuem. Desta forma, eles assumem o número de telefone transferido.
Os riscos para a vítima são claramente enormes – desde perder o controle sobre suas contas sociais e de mensagens até a conta bancária. E o atual processo de verificação usado pelas operadoras de telefonia é visto como fraco.
Pelo menos na Argentina, a única solução encontrada pelas autoridades é agressiva – trazendo a biometria à mistura.
Várias novas etapas de verificação baseadas nessa tecnologia serão implementadas pelas empresas. Os detalhes sobre o sistema biométrico que estará em uso devem ser divulgados até o final de janeiro.
A transição será custosa e desafiadora do ponto de vista tecnológico, alertam entretanto as operadoras.
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