EH, 07/12/2022
Por Nicole Lopez
Castillo foi convidado a comparecer ao Congresso e se defender, mas antes disso dissolveu o parlamento.
LIMA, PERU.– Se precavendo? O presidente Pedro Castillo anunciou nesta quarta-feira que está dissolvendo o Congresso e estabelecendo um governo de emergência, horas antes do parlamento se reunir com o objetivo de buscar sua destituição.
O Congresso pretendia debater nesta quarta-feira uma moção de impeachment do presidente de esquerda por sua "incapacidade moral permanente".
A sessão estava marcada para as 15 horas, mas Castillo adiantou-se e anunciou em rede nacional que “dissolveria temporariamente o Congresso da República e estabeleceria um governo excepcional de emergência; convocando o mais rapidamente possível um novo Congresso com poderes constitucionais para preparar uma nova Constituição dentro de um prazo não superior a nove meses
”.El Golpe de Estado de Pedro Castillo en el Perú confirma que la izquierda utiliza la democracia para perpetuarse en el poder. pic.twitter.com/MCRZER7sCA
— Dante (@Dante27455639) December 7, 2022
A "moção de vacância", utilizada por dois ex-presidentes anteriores -2018 e 2020-, foi invocada pela terceira vez e quee pretendia discutir (sua aplicação) nos 16 meses que Castillo está no cargo. Em março ele não conseguiu os votos necessários para destituí-lo – a constituição do Peru exige 87 votos. Em dezembro de 2021, o Congresso a rejeitou antes de debatê-la.
O pedido de afastamento do cargo decorre de escândalos de corrupção e rejeição de 70% da população, além de denúncias de propina ao seu meio político e familiar.
Pedro Castillo foi convidado para esta sessão do Congresso junto com seu advogado onde teria 60 minutos para se defender.
🚨Peru 🇵🇪: URGENTE
— Ivan Kleber (@lordivan22) December 7, 2022
O presidente Castillo anunciou que está fechado o Congresso e instalando um “governo excepcional"
🚨Peru 🇵🇪: O Congresso peruano votará um pedido de impeachment do presidente Castillo, apesar da sua ordem de fechar o congresso.
— Ivan Kleber (@lordivan22) December 7, 2022
A votação já estava na pauta do dia.
Investigação fiscal
A tensão entre os poderes Executivo e Legislativo começou após uma investigação fiscal contra o presidente por liderar uma suposta "organização criminosa" que distribui contratos públicos em troca de dinheiro.
Também criticam suas constantes crises ministeriais que se traduzem em cinco gabinetes e um rodízio de 80 ministros, algo inédito no Peru.
Foi por esse motivo que a promotoria solicitou a desqualificação de Castillo. Desde que chegou ao poder, ele vive sob o cerco do Congresso, dominado pela direita, e do Ministério Público.
Diante dessa situação, em outubro passado ele pediu mediação à Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando que havia um golpe em curso.
Nota do editor do blog: no fim ele mesmo deu o golpe, e pretende fazer aquilo que havia prometido não fazer, que é chamar uma nova constituinte. Os seus antecessores, aqueles que facilitaram sua chegada ao poder, Pedro Pablo Kuczysnki e Martin Vizcarra, foram tão golpistas quanto ele e tentaram utilizar várias vezes mecanismos constitucionais para se livrarem da justiça. Vizcarra foi o pior, pois ele reformou o judiciário para ficar sua imagem e semelhança. Castillo é fruto da corrupção e da falsa oposição da direita liberal peruana, condensada no seu partido. Essa elite política foi muito bem servida do nosso dinheiro e de contratos com a corrupta Odebrecht. Os peruanos devem agora se unir em manifestações massivas contra esse comunista. Infelizmente, ele tem poderes graças as brechas e manobras de seus antecessores.
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