LDD, 12/12/2022
Israel ameaçou no sábado bombardear o Aeroporto Internacional Rafic Hariri de Beirute se o terminal for usado como uma rota de contrabando de armas iranianas, em uma situação semelhante à que fez na Síria, após uma reportagem do canal saudita Al- Arabiya.
Israel alertou o Líbano no sábado que bombardearia o Aeroporto Internacional Rafic Hariri de Beirute depois que um relatório do canal saudita Al-Arabiya afirmou que o Irã havia recentemente transferido armas para o grupo terrorista Hezbollah por meio de voos civis que chegaram no mesmo dia.
Asharq Al-Awsat, um jornal em língua árabe publicado em Londres, citou fontes políticas israelenses não identificadas dizendo que Israel estava investigando alegações do canal Al-Arabiya, financiado pela Arábia Saudita, de que o Irã recentemente contrabandeou armas através do Aeroporto Internacional de Beirute.
De acordo com Asharq Al-Awsat, Israel alertou o governo libanês de que poderia atacar o aeroporto se ele fosse realmente usado para tentativas de contrabando. isso foi confirmado depois que fontes políticas israelenses em Tel Aviv disseram que Israel estava ciente de um relatório transmitido pelo "Canal Al-Arabiya" sobre os planos do Irã de usar um novo corredor de contrabando para suas armas através de Beirute após o fracasso do corredor de Damasco.
Por sua vez, esses funcionários afirmaram que os ataques aéreos intensificados de Israel contra a Síria nos últimos anos provaram ser benéficos para frustrar a maioria das operações de contrabando de armas iranianas para suas milícias armadas na Síria e para o Hezbollah no Líbano, e para destruir várias bases aéreas e locais iranianos em território sírio.
Em junho, supostos ataques aéreos israelenses deixaram o aeroporto de Damasco fora de serviço por quase duas semanas. Esses ataques seguiram-se a supostas repetidas tentativas do Irã de transferir armas para o Hezbollah através dos dois aeroportos. Além disso, outra base aérea perto de Homs, uma cidade síria, foi atacada no mês passado.
Autoridades israelenses enfatizaram que Israel não será indulgente com o transporte de armas iranianas através do aeroporto de Beirute, ameaçando realizar ataques militares pesados se o terminal for usado para entregas de munição iraniana.
Citando fontes não identificadas, a Al-Arabiya disse na quinta-feira que Teerã usou a companhia aérea Meraj, que recentemente começou a voar uma rota direta entre as capitais das duas nações, para transferir armas para o Hezbollah. No entanto, as autoridades libanesas negaram a notícia de que a Meraj Airlines havia transportado armas através do Aeroporto Internacional Rafic Hariri em Beirute.
Isso ocorreu durante uma coletiva de imprensa no aeroporto, onde estiveram presentes o ministro libanês do Interior, Bassam Mawlawi, e o diretor-geral da Aviação Civil, Fadi Al-Hassan. Mawlawi negou o transporte de armas através da Meraj Airlines, assegurando que "o aparato de segurança do aeroporto está ciente de tudo que entra e sai do Líbano."
Em resposta às acusações de transferência de armas pela aviação, Mawlawi afirmou que "estamos prontos para aplicar as leis a toda a aviação, e o mais importante é proteger o Líbano e a segurança da aviação."
"O Director-Geral da Aviação Civil esclareceu a questão, e está a cumprir as suas responsabilidades nesta matéria, como qualquer oficial do aparelho de segurança aeroportuária", acrescentou antes de encerrar a sua participação na conferência de imprensa.
Israel acusou no passado o Irã de usar voos diretos para o Líbano para transferir equipamentos e armas para o Hezbollah, mas as autoridades apontam para a relativa dificuldade de fazê-lo, já que o grupo terrorista não controla o aeroporto. Portanto, o Irã prefere primeiro enviar essas armas para a Síria e transportá-las para a fronteira.
Os militares israelenses também acusaram o Hezbollah de esconder instalações subterrâneas de produção de mísseis de precisão perto do aeroporto internacional de Beirute. Por seu lado, durante a manhã desta quinta-feira, os Estados Unidos sancionaram entidades libanesas por supostamente prestarem serviços financeiros e facilitarem a aquisição de armas para o Hezbollah.
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