FIF, 19/12/20222
Por Marc Cervera
19 de dezembro de 2022 --- Os líderes gregos planejam subsidiar 10% dos custos mensais com alimentos para 85% das famílias e mais de oito milhões de cidadãos de fevereiro a julho do próximo ano com dinheiro vindo da indústria do petróleo. A Grécia taxará duas refinarias de petróleo – Helleniq Energy e Motor Oil – para arrecadar cerca de € 650 milhões (US$ 691 milhões) para financiar esta iniciativa.
A inflação de alimentos na Grécia aumentou consistentemente mês após mês neste 2022 até atingir 15% em novembro – começando em 5,2% em janeiro – de acordo com o Serviço Nacional de Estatística da Grécia.
A taxa de inflação geral do país atingiu o pico em junho e agora está significativamente abaixo da taxa de inflação de alimentos em 8,5% em novembro.
Alívio às famílias
De acordo com o Ministério das Finanças do país, a medida vai ajudar a aliviar os preços em supermercados e estabelecimentos alimentares, incluindo padarias, peixarias e pastelarias.
Indivíduos poderão solicitar no máximo € 220 (US$ 234) durante o programa, enquanto famílias numerosas receberão no máximo € 1.000 (US$ 1.063).
A medida será aplicada a famílias com renda até € 24.000 (US$ 25.523), com um adicional de € 5.000 (US$ 5.317) por cada filho.
A Grécia tem sido um dos países da Europa com mais agitação social devido aos altos preços dos alimentos, com protestos eclodindo no país em abril.
Preços dos alimentos nas alturas da zona do euro
De acordo com a Eurostat, os preços dos alimentos na UE19 subiram 16% este ano.
Embora os preços tenham disparado em 2022, eles ainda não mostram sinais de ter atingido o pico. A inflação de alimentos acelerou 0,5% de outubro a novembro deste ano. Embora significativo, 0,5% é o aumento mensal mais lento desde dezembro de 2021 a janeiro de 2022 (0,4%).
Enquanto isso, a inflação geral na Zona do Euro recuou de 10,6% em outubro para 10,1% em novembro.
Para mostrar a dor nos preços das commodities para o bloco, os preços do leite na UE27 subiram 43% este ano, de acordo com a Comissão Europeia.
Jukka Likitalo, secretário-geral da Eucolait, disse à FoodIngredientsFirst na semana passada que 2023 está se tornando incerto para a disponibilidade e os preços dos laticínios.
Outras commodities com os preços tensos são o da carne suína (54,9% este ano, 95% para os leitões) e os preços do peru.
De acordo com a Eurostat, os preços do peru em outubro tiveram uma média de 446,5 pontos – acima dos 190,27 no início do ano na UE – usando 2015 como uma linha de base de 100 pontos. Para comparar, os preços gerais da carne na zona do euro (UE19) são apenas 26,98% mais altos do que em 2015.
Pico de inflação para os gigantes?
Na maior economia do mundo, os Estados Unidos, a inflação de alimentos atingiu um pico em agosto de 11,4%, caindo constantemente desde então, atingindo 10,6% em novembro, segundo o escritório de estatísticas dos EUA.
“Os preços dos alimentos devem crescer mais lentamente em 2023 do que em 2022, mas ainda acima da média histórica. Em 2023, prevê-se que os preços de todos os alimentos aumentem entre 3 e 4%, os preços da alimentação em casa aumentem entre 2,5 e 3,5% e os preços da alimentação fora de casa aumentem entre 4% e 5 %”, revela o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O USDA prevê que os preços dos ovos terminem o ano cerca de 30% mais altos do que há um ano, os preços das carnes cerca de 14% mais altos, frutas e vegetais entre 8% e 9% mais altos, gorduras e óleos cerca de 19% mais altos e açúcar e doces cerca de 10,5 % superior.
A segunda maior economia global, a China, reduziu pela metade sua inflação de alimentos em um único mês (de 7 para 3,7%), com os preços dos alimentos caindo em níveis mais baixos devido ao declínio dramático no preço da carne suína no país.
Os preços da carne suína chegaram a quase 100% de inflação no país asiático, com as autoridades intervindo no mercado para controlar a implacável escalada de preços.
Dados oficiais da China colocaram os preços da carne suína em 22,5% a mais do que um ano atrás durante a primeira semana de dezembro.
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