RTN, 21/10/2022
Por Ken Macon
Os call centers já estão testando.
Sonde Health, Kintsugi, Winterlight Labs e Ellipsis Health estão vendendo tecnologia de “biomarcador de voz” para identificar ansiedade, depressão e outras condições. A tecnologia está sendo usada em clínicas médicas e call centers.
Os poucos estudos disponíveis sobre a tecnologia afirmam que os biomarcadores de voz podem ajudar a detectar uma infinidade de problemas de saúde, incluindo depressão, doenças respiratórias como asma e Covid e doenças cardiovasculares. No entanto, a tecnologia levanta preocupações éticas e de privacidade.
As companhias de seguros e hospitais estão instalando a tecnologia de biomarcadores de voz em seus call centers e, após obter o consentimento do paciente, podem detectar em tempo real se o paciente tem uma condição de saúde mental, como depressão ou ansiedade.
Ao contrário de assistentes de voz como Alexa e Siri, o software de biomarcador de voz analisa como você fala, não o que está dizendo. Sua voz é analisada por um sistema de aprendizado de máquina que a compara com amostras de voz anônimas.
Segundo a psicóloga e professora assistente da Universidade de Cincinnati Maria Espinola, as pessoas que sofrem de depressão “fazem mais pausas” e param com mais frequência quando estão falando.
Ela acrescentou: “O discurso deles é geralmente mais monótono, mais liso e mais suave. Eles também têm um alcance de afinação reduzido e volume mais baixo.”
Falando à Axios, a CEO da Kintsugi, Grace Chang, disse: “A partir de apenas 20 segundos de discurso de forma livre, somos capazes de detectar com 80% de precisão se alguém está lutando com depressão ou ansiedade”.
“Quando estamos integrados em um call center onde há uma enfermeira na linha, a enfermeira pode fazer perguntas adicionais”, acrescentou. Ela afirmou ainda que 80% dos pacientes concordam em ter suas vozes analisadas.
Alguns especialistas levantaram preocupações éticas e acham que a tecnologia pode ser mal utilizada.
“Ainda há um longo caminho a percorrer antes que os biomarcadores vocais com inteligência artificial possam ser endossados pela comunidade clínica”, diz um editorial publicado pela revista médica The Lancet. “Melhores padrões éticos e técnicos são necessários para que esta pesquisa realize plenamente o potencial dos biomarcadores vocais na detecção precoce de doenças”.
Outros acham que a tecnologia pode exacerbar vieses sistêmicos, como é o caso da tecnologia de reconhecimento facial (é mais impreciso ao identificar pessoas de cor e mulheres).
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Fonte:https://reclaimthenet.org/invasive-tech-analyzes-your-voice-for-signs-of-mental-illness/
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