Euronews, 23/10/2022
Por Bruno Sousa
O uso do véu islâmico tem estado na ordem do dia e se no Irão, há quem morra pelo direito de não o usar, na Turquia a discussão segue no sentido oposto.
Durante muito tempo o uso foi proibido nas escolas e instituições públicas do país mas a proibição foi levantada por Recep Tayyip Erdoğan em 2013.
Com a Turquia a preparar-se para eleições no próximo ano, o líder da oposição propôs uma lei para garantir o direito a usar o véu islâmico, por forma a eliminar qualquer receio do regresso à proibição em caso de vitória do seu partido e tentar atingir uma fatia do eleitorado mais religiosa, tradicionalmente mais ligada ao partido que se encontra no poder há duas décadas.
Erdogan foi mais longe, no entanto, e propôs que a medida fosse inscrita na Constituição e que, se fosse necessário, se deveria fazer um referendo. O líder turco disse mesmo que se o seu adversário tivesse coragem, deixaria o povo tomar a decisão.
Apesar de a Constituição estabelecer que a Turquia é um país secular, na prática o partido no poder não e o atual regime é bastante sensível aos interesses da maioria muçulmana.
Não existe atualmente no país nenhum partido a defender abertamente a proibição do véu islâmico, contrariamente ao que acontecia na década de noventa.
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