Nltimes, 18/10/2022
Mas houve um pequeno declínio, segundo relatórios.
A Holanda está entre os 5 países com mais tráfico de pessoas, ficando atrás da Romênia e da Nigéria, de acordo com um relatório que o Centro de Coordenação para o Tráfico de Pessoas (CoMensha) publicará na terça-feira - o Dia Europeu Contra o Tráfico de Pessoas. O Ministério da Justiça e Segurança pede ao CoMensha que mapeie a natureza e a extensão do tráfico humano na Holanda todos os anos, relata Metro Nieuws.
O número de casos relatados de tráfico de seres humanos na Holanda diminuiu nos últimos anos. No ano passado, houve 791 denúncias, em comparação com 1.013 em 2020 e 1.372 em 2019. Mas, de acordo com a diretora do CoMensha, Ina Hut, o tráfico de pessoas não diminuiu. “O problema do tráfico de pessoas é muito maior do que o número de relatórios mostra. Não vemos muitas vítimas porque a exploração sexual, criminosa e laboral ocorre em segredo.”
O Relator Nacional sobre Tráfico de Pessoas e Violência Sexual contra Crianças estima que entre 5.000 e 7.000 pessoas na Holanda são vítimas de tráfico de pessoas todos os anos. “Outras estimativas chegam a dizer que há entre 20.000 e 30.000 vítimas por ano. Isso é mais próximo do número real”, disse Hut, de acordo com o Metro.
A maioria das vítimas são mulheres adultas. No ano passado, as duas vítimas mais jovens relatadas tinham 12 anos. Eles foram explorados sexualmente e forçados ao crime. A vítima mais velha tinha 67 anos. Em 2020, a vítima mais jovem tinha 2 anos e a mais velha, 68.
De acordo com Hut, o tráfico de seres humanos na Holanda é mais do que prostituição forçada. Inclui também a exploração laboral ou criminosa, a mendicidade forçada ou mesmo a remoção forçada de órgãos.
“Estamos passando de uma crise para outra. As pessoas têm cada vez menos para gastar e estão caindo abaixo da linha da pobreza. Então é tentador transportar um pacote para ganhar algum dinheiro extra”, disse Hut. “Ou fazendeiros são abordados por traficantes de drogas para usar seus celeiros vazios, sob coação ou ameaça. Ou as pessoas podem viver em parques de férias de graça, mas têm que oferecer serviços sexuais em troca. É preocupante e merece muito mais atenção.”
Na segunda-feira, o Centro Contra o Tráfico de Crianças e Tráfico de Pessoas (CKM) informou que 14% mais vítimas de tráfico de pessoas procuraram ajuda por meio de um serviço de bate-papo online do centro de tratamento e especialização Fier no ano passado. A maioria das vítimas foi explorada por um ano ou mais. Em 16% dos casos, as vítimas foram exploradas por um ou ambos os pais.
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