Stuff, 06/09/2022
Por Sinead Gill
- Rory Nairn, de 26 anos, estava com boa saúde quando foi vacinado em 5 de novembro.
- A farmácia que o vacinou admitiu que não o avisou sobre miocardite ou seus sintomas, mas disse que os conselhos de saúde que recebeu foram “confusos”.
- Nairn experimentou um sintoma de miocardite na noite em que foi vacinado e novamente na noite em que morreu, 17 de novembro.
A confusão sobre os conselhos aos profissionais de saúde fez com que um encanador que desmaiasse e morresse depois de receber a vacina contra o Covid-19 da Pfizer nunca foi avisado da possibilidade de desencadear uma doença cardíaca rara.
Rory Nairn, de 26 anos, morreu na casa que havia comprado com sua noiva Ashleigh Wilson em 17 de novembro, menos de duas semanas depois de receber sua primeira dose da vacina em uma farmácia.
O homem de Dunedin desenvolveu miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco que é um efeito colateral "muito raro" da vacina, e se queixou de dor desde que recebeu sua imunização em 5 de novembro.
Ele havia experimentado sintomas associados à doença, incluindo palpitações no peito, mas na semana passada o legista soube que a farmácia não o havia avisado sobre miocardite, nem seus sintomas.
No Tribunal Superior de Dunedin na terça-feira, o último dia do inquérito sobre sua morte, a legista Sue Johnson disse que queria saber do que Nairn foi ou não informado sobre a doença e seus sintomas, e consideraria recomendações que podem evitar futuras mortes. .
A miocardite pode resultar de infecções virais, como a gripe, e coloca cerca de 100 Kiwis no hospital a cada ano.
Estima-se que afete cerca de 30 em cada um milhão de receptores da vacina na Nova Zelândia, principalmente em homens com idades entre 12 e 30 anos após a segunda dose.
Inicialmente hesitante em relação à vacina, Nairn mudou de ideia para garantir que seu casamento planejado em março não enfrentasse obstáculos, como reunir convidados de forma limitada.
Durante três dias, Johnson foi informado dos vários e-mails, memorandos e atualizações online de várias organizações, incluindo Medsafe e o Immunization Advisory Center (IMAC), explicando a crescente compreensão do setor de saúde sobre miocardite e seus riscos.
Durante meses, diferentes organizações disseram aos profissionais de saúde – incluindo a farmácia que administrou a vacina a Nairn – a miocardite era um efeito colateral raro, mas grave, que as pessoas vacinadas precisavam saber.
Funcionários seniores dessas agências acreditavam que as instruções para informar os pacientes eram claras, mas a farmácia, que tem supressão de nomes (dos envolvidos), discordou.
Uma dessas instruções fazia parte de um alerta Medsafe de 21 de julho de 2021, no qual os profissionais de saúde foram informados que “indivíduos vacinados” deveriam procurar atendimento médico se apresentassem sintomas de miocardite.
O líder do grupo Medsafe, Christopher James, disse ao médico legista na terça-feira que tais alertas eram reservados para problemas de segurança significativos, para que profissionais como farmacêuticos soubessem que deveriam seguir o conselho.
O alerta foi mencionado em relatórios de segurança e comunicações subsequentes da Medsafe do Conselho de Saúde do Distrito Sul, agora chamado Te Whatu Ora Southern.
A farmácia acreditava que o uso da palavra “vacinado”, estando no passado, significava que os clientes não deveriam ser informados sobre miocardite durante a própria consulta de vacinação.
Seu advogado, Ben Taylor, trouxe a questão dessa confusão para os líderes responsáveis pelo lançamento das vacinas, James e Te Whatu Ora, Karl Metzler, na terça-feira.
Metzler disse que a farmácia não avisou Nairn sobre miocardite, apesar de várias comunicações, mas concordou que o uso da palavra “vacinado” pode ser confuso.
Se não estivesse claro, argumentou James, a farmácia precisaria acreditar que, uma vez que as pessoas fossem vacinadas, haveria um segundo profissional de saúde que lhes falaria sobre os sintomas – uma etapa do programa de vacinação que não existia.
“Concordo, isso seria absurdo”, disse Taylor.
Taylor perguntou por que, se James acreditava que as instruções já estavam claras, a Medsafe enviou outro alerta em dezembro de 2021, após a morte de Nairn, instruindo explicitamente os provedores a alertar os clientes sobre miocardite.
“Ficamos cientes de que os consumidores não estavam sendo informados sobre os riscos, então decidimos aumentar a aposta”, disse James.
Wilson, a noiva de Nairn, assistiu a todo o inquérito.
No primeiro dia, ela contou ao legista como eles planejavam começar uma família depois de casados. Agora, ela tinha transtorno de estresse pós-traumático por “assistir o amor da minha vida morrer”.
A dupla estava a caminho do departamento de emergência quando Nairn parou para usar o banheiro e desmaiou.
O advogado de Wilson perguntou a James por que o risco de morte em casos graves de miocardite não foi incluído no aviso, dizendo que era “uma questão-chave” que a família queria que fosse respondida.
James disse que não tinha a informação disponível para responder.
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