Euronews, 13/07/2022
Rússia, Ucrânia e Organização das Nações Unidas (ONU) voltam à mesa das negociações, na Turquia. O encontro, realizado esta quarta-feira, tem como objetivo discutir as exportações de cereais ucranianos, retidos no país desde o início da guerra, a 24 de fevereiro.
Kiev acusa Moscou de estar ainda a roubar produção em áreas invadidas e capturadas pelas tropas russas, acusações que o Kremlin tem rejeitado.
Apesar de a Ucrânia estar a fazer passar alguns navios pelo rio Danúbio, o bloqueio russo dos portos do Mar Negro tem comprometido a exportação de mercadorias e lançado os preços dos alimentos para novos máximos a nível mundial.
Com a mediação das autoridades turcas e a supervisão da ONU, a Ucrânia espera sair de Istambul com um acordo para a criação de corredores marítimos em que navios ucranianos possam conduzir o transporte de cereais por entre águas minadas.
Mas a solução, mesmo com o aval de Moscovo, vai obrigar a dar garantias às companhias de navegação e seguros.
Até ao início da guerra, os cereais representavam cerca de um quinto das exportações da Ucrânia.
Em maio, o diretor do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas na Alemanha, Martin Frick, dava conta de 4,5 milhões toneladas de cereais retidos.
Com os portos por escoar, o país e o mundo podem debater-se em breve com um outro problema, o da falta de capacidade para armazenar o resultado das próximas colheitas e de garantir a segurança alimentar global.
Nota do editor do blog: mesmo tendo alegado anteriormente que a Turquia estava comprando grãos roubados, a Ucrânia aceitou de bom grado que o país fosse o local de encontro, e também o mediador das negociações pela liberação dos grãos. Obviamente um jogo de conveniências, uma vez que a Turquia tem os votos dos parlamentares que podem barrar ou aceitar via parlamento a entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN. Portanto, Zelensky só pode abanar o rabo e comparecer ao circo, e atuar como sempre fez na TV, com a irreverência de um palhaço, como faz agora como presidente. Embora use a guerra como pretexto para tudo, a União Europeia não esconde sua satisfação pelo fato dela estar fazendo com que os combustíveis sejam forçosamente retirados de cena. A crise na Europa antecede a guerra: ela veio com a pandemia que foi imposta pelos países europeus que seguiram estritamente as diretrizes da União Europeia. Os países fecharam seus comércios locais, ficharam digitalmente seus cidadãos, e em seguida, deram os dados deles para o Big Data europeu que pode monitorar cada cidadão através dos aplicativos de monitoramento de contato. A crise alimentar é propiciada pela alta nos combustíveis, que vem desde antes da guerra. A guerra prolonga a crise, e o desejo da União Europeia de negociar grãos, mas não o fim da guerra só a estende ainda mais. Outro fator que perpetua essa crise é a agenda de zero emissões da União Europeia: em plena crise energética propiciada pela União Europeia, e unicamente por ela, Bruxelas propõe políticas verdes de zero emissões que põem em risco a segurança alimentar dos países. Impondo várias diretrizes climáticas, os países estão matando gado, e diminuindo sua produção agrícola, já afetada pela falta de fertilizantes oriundos da Rússia. Se essa crise tem um culpado, certamente não é a Rússia somente.
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Fonte:https://pt.euronews.com/2022/07/13/turquia-recebe-negociacoes-para-exportacao-de-cereais-ucranianos
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