Euronews, 11/07/2022
A inflação está a disparar e a puxar as perspectivas de crescimento económico para baixo.
Uma situação díficil em cima da mesa da reunião dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), em Bruxelas.
Para alguns, como a ministra das Finanças dos Países Baixos Sigrid Kaag, a inflação veio para ficar: "é verdade que a crise na Ucrânia, os choques nas cadeias de abastecimento e os efeitos secundários vieram para ficar por mais tempo do que esperávamos ou antecipávamos. Então também é um fato que a inflação que estava a recuar continuará em alta no próximo ano. É isso que entendemos e precisamos ter isso em consideração. É um fato da vida."
Outra preocupação é o risco de escassez de gás, se a Rússia cortar o abastecimento no próximo inverno.
Bruxelas está a trabalhar num plano de contingência, mas grande parte da inflação deve-se aos preços da energia.
"O que pode mudar a situação em que nos encontramos e colocar-nos numa situação económica mais difícil são cortes no abastecimento e escassez real de oferta. Isso pode mudar um quadro que, por enquanto, é um quadro de crescimento muito limitado, reduzido e desacelerado", sublinhou o comissário europeu com a pasta da Economia, Paolo Gentiloni.
Outro motivo de alarme é o facto de o euro estar a perder terreno face ao dólar e as duas divisas se aproximarem da paridade. A última vez foi há duas décadas.
Para o eurodeputado espanhol Luis Garicano, do grupo Renovar a Europa, é tempo do Banco Central Europeu (BCE) agir: "vemos um BCE que parece estar atrapalhado, de mãos atadas. Está a lutar com as mãos atadas nas costas porque tem medo de causar uma crise do euro, tem medo de provocar problemas de dívida em alguns Estados--membros. Há muitos governadores vindos de países que têm dívidas excessivas. Então, toda gente sente que o elemento-chave para o BCE é apenas deixar o tempo passar e não tomar muita ação. Isso, é claro, sinaliza inflação alta na Europa e um euro mais baixo e mais fraco."
Perante este cenário, o principal objetivo da Europa passa agora por evitar a recessão que não pode ser excluída.
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