Euronews, 19/07/2022
A crise política aberta pela demissão de Mario Draghi está a deixar Itália em suspense. Após o desentendimento com o Movimento 5 Estrelas, o primeiro-ministro italiano deve decidir esta quarta-feira se permanece no cargo.
Mas para que tal aconteça, Draghi terá primeiro de medir o pulso ao parlamento e perceber se união que até agora sustentou o governo de unidade nacional continua unida.
Gaetano Azzariti, professor de Direito Constitucional na Universidade La Sapienza de Roma, acredita que "se, após o discurso do primeiro-ministro no Parlamento e o debate parlamentar, a união for novamente alcançada, isto é, uma nova paz entre todos os partidos que apoiam o atual governo, o governo pode continuar, não direi como se nada acontecesse, mas ainda assim tendo encontrado uma nova força".
No entanto, apesar de para o especialista, esta primeira hipótese ser "a melhor para o governo" é "talvez a menos provável".
De acordo com Azzariti, "a segunda hipótese é essa união não ser alcançada, mas os motivos para as dissidências serem de alguma forma esclarecidos - esse é aliás o objetivo do debate parlamentar - e, nesse momento, é provável que a demissão do governo seja confirmada. Aí a bola volta então ao Presidente da República, que terá de decidir se dissolve diretamente o parlamento ou se faz novas tentativas para encontrar um novo governo. Esta última hipótese de um novo governo é improvável, mas continua a ser o Chefe de Estado a decidir o que fazer".
Se este cenário se concretizar, os italianos terão de voltar em breve às urnas, pois "caso Draghi se demita e confirme a demissão", o presidente Sergio Mattarella vai provavelmente "acelerar muito as coisas e é previsível que, se for resolvido rapidamente", as eleições de onde vai sair o próximo governo de Itália se realizem "no início de outubro, provavelmente domingo, dia 2 de outubro".
Nota do editor do blog: o que fica claro é que Mattarella quer manter a aparência de institucionalidade, mas sem dizer que para ela ele precisa contar com os apoios de alguns partidos e políticos vendidos, como o putinista Matteo Salvini, que parece que se vendeu ao Globalismo, como Judas por 30 moeda de prata. Draghi implementou a agenda dos certificados digitais, bem como do Rastreamento de Contato. Salvini, líder do partido Lega, e que até pouco tempo atrás se dizia anti-imigração e contra o Globalismo, passou a defender a manutenção do governo Draghi como a melhor opção. Daraghi promoveu a imigração ilegal a qual Salvini dizia combater, e graças a obstinação de Salvini por poder, o Movimento 5 Estrelas, com quem tinha rompido, após ter feito um governo de coalizão, passou a se opor a Draghi, por não cumprir alguns programas populistas. Agora Giorgia Meloni poderá ser a próxima primeira-ministra com seu partido, Irmão de Itália. Em um momento em que alguns países já evocam o fantasma dos lockdowns, um governo tecnocrata e globalista é tudo o que a Itália não precisa. Se Draghi tiver de cair, que caia, e cruzemos nossos dedos para que pule.
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Fonte:https://pt.euronews.com/2022/07/19/mario-draghi-deixa-italia-em-suspense-com-ameaca-de-demissao
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