Nltimes, 23/06/2022
A Holanda pode combater o crime de drogas de forma eficaz e estrutural, em grande medida, regulamentando o ecstasy e a maconha e concentrando-se no combate ao contrabando de cocaína, de acordo com o think tank independente DenkWerk. O governo deve mudar para uma política de drogas fundamentalmente diferente e "mais confiável" porque a atual política geral que aborda todas as drogas da mesma forma não está funcionando, disse o think tank, informa o NRC .
A DenkWerk é composta por pesquisadores de diversas áreas e funcionários públicos. Não são especialistas nas áreas de justiça ou criminal, mas acreditam que suas diferentes disciplinas dão força às suas análises, segundo o jornal. Para esta reportagem, entrevistaram cerca de 24 peritos da polícia, polícia portuária, alfândega, Ministério Público, portos e jornalismo.
O cerne do relatório DenkWerk não é tratar todos as drogas da mesma forma. Os especialistas acreditam que Maconha e ecstasy exigem regulamentação. Isso resultaria em criminosos perdendo centenas de milhões de euros em lucros por ano. Ele também aborda o efeito do crime de drogas, como adolescentes que saem da escola para traficar drogas e poluir a natureza. E os usuários de ecstasy terão então menos contato com traficantes de drogas e, portanto, serão menos propensos a entrar em contato com drogas mais pesadas.
É crucial que o governo aja com urgência na regulamentação, disse o think tank. Em vez de um experimento de maconha regulado em ritmo de caracol, que está sendo feito há anos e ainda não começou, o governo deve assumir o mercado doméstico de drogas o mais rápido possível. Empresários licenciados precisam ganhar dinheiro com drogas, então deve haver impostos apropriados e a opção de financiamento bancário, disseram os especialistas.
Quando se trata de cocaína, o Gabinete deve tomar medidas repressivas contra o tráfico. Os riscos para a saúde da cocaína são muito maiores, e a droga é quase exclusivamente produzida no exterior. Então você depende de outros países para regulamentação.
Concentre-se no combate ao tráfico de cocaína, disse DenkWerk. O governo deve fazer investimentos direcionados na interceptação da droga. Isso significa investir em mais drones e scanners nos portos e fechar terminais caso não tomem medidas suficientes para interceptar carregamentos de cocaína.
Os portos e os serviços de investigação precisam mudar sua mentalidade, disse Bernard ter Haar, membro da DenkWerk, um funcionário público de alto-escalão. “Nós realmente fazemos a diferença se interceptarmos mais cocaína. Os criminosos não podem se dar ao luxo de repassar essas perdas no preço do grama na rua. Há simplesmente muitas partes ativas no mercado para isso. Se a porcentagem de interceptação crescer significativamente, acho que há uma chance real de que Antuérpia e Roterdã sejam removidos como portos de importação para os grandes criminosos da droga”, disse ele ao jornal.
Para que isso funcione, é fundamental que o uso de ecstasy, maconha e cocaína seja desencorajado, como já acontece com o álcool e o tabaco. Para evitar que o limite de compra de drogas fique muito baixo, são necessárias políticas de desencorajamento como limites de idade, poucos pontos de venda e supervisão estrita da dosagem.
É possível se posicionar contra os criminosos de drogas com políticas sensatas, disse Barbara Baarsma, membro do DenkWerk, do Rabobank. “Muitas vezes ouvimos que a luta contra o crime de drogas é uma gota no oceano. Vemos isso de forma diferente. Há esperança real, mas a política precisa ser revisada”
Nota do editor do blog: No passado, a Holanda legalizou a heroína, mas teve de revogar, pois o consumo estava saindo do controle, apesar de toda a regulamentação estatal ao consumo e ao mercado. O que esse Think Tank propõe não vai mudar o cenário em nada, pois, como citei no caso da heroína, isso não vai impedir que outras drogas continuem alimentando o tráfico, e os preços regulados, mais a grama de posse e consumo não impedirão o mercado negro, desregulamentado de alcançar maiores lucros, por sua facilidade em oferecer maior quantidade por um preço mais acessível. Foi através da liberalização que as máfias criminosas conseguiram obter o controle do mercado, pois o estado é um competidor que segue regulamentos, e as máfias não. Na guerra do mercado regulado, contra o mercado ilícito, o mercado ilícito está se beneficiando do primeiro como nunca. A polícia holandesa quando pega alguém em posse alguma droga regulada, não pode determinar se aquilo constituí um crime, uma vez que a posse da quantidade em questão não infringe a lei, portanto, as autoridades em questão são obrigadas a libertar o indivíduo, independente se a droga com que está em posse tenha nota fiscal. Agora que na Colômbia o narcotráfico subiu ao poder, o fluxo de cocaína para a Holanda deve aumentar. Os idiotas desse Think Tank no fim vão sugerir o óbvio, que é para onde querem ir: a legalização total das drogas. O que fará dos chefes da Máfia holandesa empresários legalizados, e prontos para assumir o poder político, assim como fez a máfia italiana. Eles mentem de toda as formas possíveis nesse relatório, principalmente ao tornar o ecstasy basicamente uma droga inofensiva, como a maconha, que não é. Se a Holanda seguir essas recomendações, então se tornará de vez um narco-estado.
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Fonte:https://nltimes.nl/2022/06/23/fight-drug-crime-regulating-ecstasy-weed-combating-cocaine-think-tank
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