Euronews, 05/05/2022
Por Claudio Rosmino
A pandemia de Covid-19 ficou associada a progressos importantes na tecnologia das vacinas (terapia genética MRNA) e chamou a atenção para a importância da saúde digital.
O acesso a informação clínica vital pode ser fundamental para garantir o tratamento e a recuperação dos pacientes. A digitalização e a partilha de dados tornaram-se ferramentas essenciais para os sistemas públicos de saúde.
A criação do Espaço Europeu de Dados de Saúde é uma das prioridades da Comissão Europeia.
Trata-se de uma base de dados que visa facilitar o acesso a informações e garantir a continuidade dos cuidados de saúde, mesmo quando o paciente está noutro país europeu. O sistema deverá ser implementado, de forma gradual, ao longo dos próximos anos.
A saúde digital em Portugal
Portugal é um dos países europeus que se tem destacado ao nível da digitalização dos sistemas de saúde nos últimos dois anos.
"Com dados digitais aquilo que se pretende é que o dado que é introduzido uma vez sirva todo o sistema gerando informação que alimenta todo um sistema. Isto que acontece em Portugal acontece a variadíssimos níveis. Hoje em dia, temos dados clínicos resultantes da informação clínica sobre cada utente", disse à euronews Luís Filipe Goes Pinheiro, presidente do Conselho de Administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
Atualmente, em Portugal cerca de 98% dos hospitais passam receitas digitais.
Os ficheiros clínicos dos utentes são armazenados online. Os pacientes podem aceder às suas informações de saúde através de um site e de uma aplicação para smartphone, que permite também ligar a um médico para tele-consultas. Através da aplicação os pacientes podem ligar ao Centro de Contato do Ministério da Saúde para consultas gerais. Para além do português, o atendimento é feito em inglês e em língua gestual.
Os profissionais de saúde podem tirar partido da inteligência artificial e da partilha de dados em várias operações, como a triagem e os tratamentos.
"Estamos a ajudar na tomada de decisão quer dos médicos quer também dos utentes naquilo que possa ser algum tipo de patologias que possam ter e que possam ser mais facilmente detectáveis através destes mecanismos de inteligência artificial", disse à euronews Pedro Marques, Coordenador da Área de Dados, da SPMS.
Intercâmbio de dados no espaço europeu
O intercâmbio de dados no âmbito do espaço europeu de dados de saúde é regulado pela legislação nacional e europeia.
O objetivo é garantir um tratamento mais eficiente e um melhor diagnóstico. O sistema deverá favorecer a investigação científica. As empresas europeias poderão mais facilmente conceber medicamentos, dispositivos e serviços personalizados. Espera-se que a partilha de dados possa favorecer melhorias ao nível elaboração de políticas de saúde.
Com base na diretiva sobre cuidados de saúde transfronteiriços, os Estados-Membros colaboram através de uma rede voluntária que liga as autoridades nacionais responsáveis pela saúde online. A Comissão criou a infraestrutura MyHealth@EU para facilitar o intercâmbio transfronteiriço de dados de saúde.
A saúde digital na Alemanha
Na Alemanha, a saúde digital está a progredir graças a uma aplicação chamado DIGA. Numa clínica em Bottrop, no noroeste do país, os médicos "receitam" aplicações para smartphone, tal como fariam com medicamentos, para ajudar os pacientes a gerir melhor a saúde.
O utilizador pode descarregar as aplicações no smartphone, no tablet ou no computador. Há aplicações para várias patologias e problemas de saúde, desde o cancro às doenças cardiovasculares, as enxaquecas crónicas e a depressão.
"Se pensarmos em exemplos concretos, tais como enxaquecas, perda de peso ou zumbido, é possível beneficiar com um apoio fora do consultório médico, ao nível da documentação, mas também para receber ajuda quando o problema de saúde se agrava, para que o paciente não fique sozinho", disse à euronews o médico alemão Malte Schmieding.
Os países europeus deverão começar a harmonizar as regras e as normas e garantir a segurança dos dados de saúde dos doentes.
Nota do editor do blog: imagine se isso acontecesse na América Latina (não que não aconteça em algum nível)? De repente você fica sabendo que seus dados de saúde estão sendo acessados por médicos na Venezuela, ou na Argentina, pois agora temos um sistema latino-americano integrado, onde todos os países deverão ter uma diretriz em comum sobre saúde, e os dados passam a fazer parte do sistema baseado nessas diretrizes. De dados bancários a histórico escolar, e antecedentes criminais; não existe limites para o que a elite da União Europeia possa acessar. Os europeus literalmente estão dormindo em berço esplendido de uma ditadura insidiosa. Já está sendo pregado abertamente nos círculos da União Europeia a diminuição e substituição do consumo de carne, mas os europeus parecem estar dormindo, e talvez esperando para saber qual é o sabor. Controlar os dados é fichinha, o pior de tudo é que eles vão controlar a comida, e a questão do monitoramento de saúde dos usuários do sistema será apenas mais um meio de implementar isso.
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Fonte:https://pt.euronews.com/next/2022/05/05/o-espaco-europeu-de-dados-de-saude
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