SIC, 08/02/2022
Da Media Freedom Coalition, fazem parte países como os Estados Unidos, Reino Unido ou Alemanha.
Os países da coligação internacional pela liberdade de imprensa denunciam, esta terça-feira, o “desaparecimento quase completo” dos “media” independentes em Hong Kong e mostram-se “profundamente preocupados” com os ataques ao setor das autoridades da China continental e daquela região chinesa.
Em comunicado, a Media Freedom Coalition (MFC), da qual fazem parte países como os Estados Unidos, Reino Unido ou Alemanha, recorda a recente invasão da sede e detenção da equipa do portal de notícias, em linha com a pró-democracia, Stand News, e ainda o subsequente encerramento de outro portal, o Citizen News, devido à “preocupação com a segurança dos seus trabalhadores”.
“Desde a promulgação da Lei de Segurança Nacional em junho de 2020, as autoridades atacaram e suprimiram os ‘media’ independentes na Região Administrativa Especial de Hong Kong. Isso corroeu os direitos e liberdades protegidos estabelecidos na Lei Básica e mina as obrigações da China sob a Declaração Conjunta Sino-Britânica”, pode ler-se na nota assinada por Governos de 21 países.
“DESAPARECIMENTO QUASE COMPLETO”
Segundo esta coligação, a ação das autoridades chinesas “causou o desaparecimento quase completo dos meios de comunicação independentes locais em Hong Kong”.
“Essas ações em andamento prejudicam ainda mais a confiança na reputação internacional de Hong Kong por meio da supressão dos direitos humanos, liberdade de expressão e livre fluxo e troca de opiniões e informações”, realçam.
CASOS EM HONG KONG
A 29 de dezembro, o meio de comunicação online de Hong Kong Stand News anunciou a cessação imediata de todas as operações, após a polícia ter detido vários funcionários e ex-funcionários da publicação, sob a acusação de “publicação sediciosa”.
Já o portal noticioso CitizenNews anunciou, a 2 de janeiro, o encerramento da sua atividade para “assegurar a segurança de todos”, dias depois da operação policial no Stand News.
Durante o ano passado, a Rádio Televisão de Hong Kong ficou sob o controlo de líderes pró-governo e o jornal Apple Daily foi encerrado em junho por ser considerado uma ameaça à segurança nacional, e o seu fundador, Jimmy Lai, foi condenado pela justiça.
PODERIO DE PEQUIM VS. APELOS DA MFC
Pequim reforçou o seu controlo sobre Hong Kong desde os protestos pró-democracia massivos, que marcaram esta região administrativa especial da China (desde 1997) em 2019, incluindo uma estratégia de repressão da imprensa local.
A Media Freedom Coalition defende ainda que é do interesse de todos “uma Hong Kong estável e próspera em que os direitos humanos e as liberdades fundamentais sejam protegidos”.
Esta coligação apela também às autoridades de Hong Kong e da China continental para que respeitem “a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão”.
Fazem também parte desta coligação internacional a Austrália, Áustria, Canadá, República Checa, Estónia, Finlândia, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Eslováquia, Eslovénia e Suíça.
Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado, a partir de 1997, um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa, ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas”.
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