Uma vez que China e Rússia são ameaças percebidas e apontadas para nós pela mídia de massa, os cidadãos comuns começam a perceber a contradição entre as narrativas da imprensa, e dos líderes nacionais, e sua verdadeira vocação para o totalitarismo sendo praticado em solo democrático.
Uma vez perguntaram: "de que lado você está no conflito Rússia-China vs Ocidente?". Eu respondi da seguinte forma: de nenhum lado. Uma vez que esses países são governados por líderes que não tiveram pressa em tolher as liberdades civis em nome de uma crise sanitária, eu não posso ficar do lado deles, principalmente por muitos deles fazerem pouco ou declararem que a liberdade individual não deve prevalecer sob seus decretos.
Um soldado de um regime opressor que luta contra outro que está em franca disputa com o de seu país não se sentirá mais livre se voltar vivo; esta é a sensação dos canadenses e australianos atualmente. Do que adianta vencer o inimigo do outro lado do oceano sendo que os principais adversários da liberdade governam?
Mas ainda dá para ficar pior: regimes autoritários que estão disputando com outros normalmente gostam de rotular dissidentes ou descontentes em casa como sendo agentes do regime rival.
Esse é o caso das manifestações Comboio pela Liberdade no Canadá, onde os meios de comunicação estatais e semi-estatais estão dizendo que agentes russos coordenam as manifestações, pelo simples fato do público canadense estar aumentando em número as fileiras das manifestações. Uma tática típica de regimes totalitários está sendo replicada pela mídia de massa e líderes políticos. A ameaça interna é sempre por agentes externos - a ameaça desde o exterior é uma tática típica. Logo, qualquer manifestação contra um líder liberal que não acredita na democracia é um ato de subversão estrangeiro, e não um ato espontâneo pela liberdade e direitos civis. Isso não vem de regimes de países de terceiro mundo, mas da mídia de um país de primeiro, e supostamente livre, que luta contra regimes totalitários como o russo-chinês.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, invocou poderes emergenciais para suprimir meros protestos de rua, quando o país nem sequer está em um conflito direto com alguma potência. Então eu deixo essa pergunta as pessoas interessadas nesse conflito: você deve mesmo se importar em escolher um lado quando se depara com este grau de totalitarismo em solo ocidental, ou deveria ficar do seu próprio lado, e do lado do povo, que luta pelas suas liberdades em casa primeiramente?
Canadá recorre à "Lei das Emergências" para terminar com protestos
O Governo do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, recorreu aos poderes de emergência para reprimir os protestos contra as restrições de combate à pandemia de covid-19 que paralisaram a capital e bloquearam passagens fronteiriças.
É a primeira vez na história do país que um chefe de governo recorre à "Lei das Emergências", que contorna "alguns" direitos constitucionais. A legislação poder ser usada em casos de "crise nacional" e permite que o governo proíba, por exemplo, manifestações.
Fonte: Euronews.
E essa é a prova da falha miserável de organizações supranacionais como a OTAN, que não atendem os interesses dos povos dos estados-membros, mas somente dos seus líderes. Eles permitem países que infringem os direitos humanos sutilmente como Canadá, e países que o fazem abertamente, como a Turquia, tudo por conveniência estratégica e política.
Um soldado não serve porque quer, ele é obrigado, mas os líderes que os convocam são piores, pois além de sacrificar suas vidas podem colocar em questão suas liberdades civis e do restante do povo em seu país. Uma guerra nunca é bonita, seja do ponto de vista dos soldados inimigos, ou aliados.
Trudeau invocou a lei de 'emergência' somente depois que a administração de Biden exortou o Canadá a usar 'poderes federais'
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, invocou a Lei de Emergências pela primeira vez na história do país para reprimir protestos contra seu mandato de vacina – apenas alguns dias depois que o governo Biden o exortou a usar “poderes federais”.
Na quinta-feira passada, vários funcionários do governo de Biden, incluindo o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, falaram com seus colegas no Canadá enquanto os manifestantes fechavam a ponte Ambassador.
Os protestos fazem parte de manifestações em todo o país contra a imposição do governo de mandatos de vacinas aos caminhoneiros – um ano depois de Trudeau chamar os mandatos de “medidas extremas que podem ter impactos divisivos reais na comunidade e no país”.
Fonte: Breitbart
Outros líderes, como Jacinda Ardern, da Nova Zelândia, tem feito o mesmo. O governo de Ardern é ainda pior, pois ela declara descaradamente aos neozelandeses que confiem na mídia oficial, e nos órgãos oficiais do governo, ao invés de no seu próprio julgamento. Ardern, que celebra o suicídio dos cidadãos, e declara que não há liberdades civis para quem não obedece, não se importa que isso a coloque em pé de igualdade com a China.
Primeira-ministra neozelandesa culpa "influências estrangeiras" pelos protestos Comboio da Liberdade no país
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, culpou nesta segunda-feira forças misteriosas “importadas” pelos protestos contra seus mandatos de vacinas que dominam a capital nacional.
Ardern apontou para bandeiras canadenses e imagens de Donald Trump nas ruas de Wellington como evidência de sua alegação de conspiração.
“Parece uma ideia de protesto importado para mim”, confidenciou a líder trabalhista de esquerda e ex-presidente da União Internacional da Juventude Socialista em uma entrevista.
“Vi bandeiras de Trump no pátio, vi bandeiras canadenses no pátio”, disse ela à emissora nacional TVNZ, referindo-se a imagens do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, supostamente carregadas por alguns manifestantes.
Ardern disse em uma entrevista coletiva no final do dia que os manifestantes exigiram que o governo remova todas as medidas de saúde pública contra o coronavírus.
Fonte: Breitbart
Emmanuel Macrón não precisa sequer ser mencionado neste texto, pois sempre declarou abertamente seu desprezo pela democracia e pelas liberdades civis. A França é um país onde as palavras "Liberdade" e "Democracia" perderam seu significado, e hoje significa qualquer coisa que favoreça ou fortaleça o regime. Em um conflito por poder e hegemonia, são aqueles que detém as ideias de um novo mundo e de uma nova sociedade que prevalecem. Grandes conflitos são reflexos dos pequenos conflitos: uma vez que os líderes ocidentais não acreditam na Liberdade, e pregam sucintamente que o trabalho deles e dos órgãos federais é moldar a sociedade, e forçar uma mudança em uma direção, isso consigna que estes governos não estão lutando para prezar um modelo democrático existente, mas para implementar um novo.
E uma vez que os cidadãos não apoiam incondicionalmente seus líderes, isso significa que os conflitos internos são muito mais sérios, e que uma ameaça real coloca em risco os países governados por estes líderes, não pela decisão do seu povo, mas dos próprios líderes que ameaçam os direitos deste povo.
Então temos uma organização como a OTAN, que institui alguns requisitos que dizem ser essenciais para a adesão de um membro. Requisitos estes que eles dizem ser os valores da civilização, não os valores tradicionais dela, mas os valores do pós-guerra, do pós-modernismo. Muitos dos requisitos para entrar na OTAN hoje não só são falsidades, a luz dos atuais membros, como são um manifesto político, muito similar ao da União Europeia. Uma coisa que a aliança diz não pregar está declarada na sua lista de requisitos: política.
Requisitos da OTAN, a organização militar que "esbanja valores ocidentais democráticos":
Os novos membros devem defender a democracia , inclusive tolerando a diversidade. --Os novos membros devem estar progredindo em direção a uma economia de mercado. --Suas forças militares devem estar sob firme controle civil. --Eles devem ser bons vizinhos e respeitar a soberania fora de suas fronteiras.
Não só países como a Turquia não fazem isso, como não se importam em se envolver em conflitos fora dos interesses da OTAN - ou pelo menos de seus líderes. A Turquia ataca a Grécia, e compra armas russas, ao mesmo tempo em que ameaça a Europa com refugiados, caso não lhes deem o mercado livre europeu para que Erdogan possa ficar mais poderoso e reprimir seus dissidentes. Algo não muito diferente dos atuais líderes dos "países democráticos" da Aliança.
De que lado você deve estar nesse conflito? Eu recomendo que fique do seu e do povo. Estes países de fato são rivais e ameaças ao Ocidente, mas eles devem ser combatidos da maneira certa, sem sacrifícios humanos em favor de outro ideal de poder das elites, e por líderes democráticos, e não por regimes autoritários que recebem prestígio apenas por fazer parte de uma aliança militar internacional, a qual protege seus interesses e de outros poderosos. Nenhum ideal totalitário que visa mudar a sociedade e o ser humano vale o sangue de populações inteiras.
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