Observador, 03 de dezembro de 2018
A ligação da Venezuela ao Podemos foi feita assim: "Todos víamos na televisão o sr. Pablo Iglesias e o sr. Juan Carlos Monedero. Chávez gostava de se gabar deles". A Interpol já terá documentos.
O presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, Miguel Ángel Martín Tortabú — que exerce o cargo no exílio, dada a perseguição política da qual é alvo pelo regime venezuelano — deslocou-se esta segunda-feira ao Senado espanhol para ser ouvido pela Comissão de Investigação de Financiamento dos Partidos Políticos. Os juízes do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano foram destituídos pelo regime, porque a sua validade não é reconhecida. Na audição, reforçou as suspeitas sobre a ligação do regime de Hugo Chávez e agora Nicolás Maduro a partidos de outros países, “entre eles Espanha”:
"A Procuradora Geral [da Venezuela], Luísa Ortega [também exilada], já entregou à Interpol um relatório que contém detalhes muito concretos sobre os mil milhões de dólares entregues pelo regime chavista para fundar partidos noutros países, entre eles Espanha”, afirmou Miguel Tortab.
O juiz venezuelano relacionou o dinheiro do regime venezuelano de forma mais ou menos explícita com a fundação do Podemos: “Todos nós, venezuelanos, víamos na televisão o senhor Pablo Iglesias e o senhor Juan Carlos Monedero [também fundador do Podemos], porque Chávez era uma pessoa histriônica e gostava de se gabar deles”. O presidente do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano no exílio garantiu ainda que fundadores do Podemos cobraram “direitos de imagem” a empresas como a petroleira estatal venezuelana PDVSA.
As suspeitas de que o regime venezuelano terá investido e apoiado financeiramente a fundação do partido de esquerda espanhol Podemos existem há muito, sobretudo desde que se sabe que uma organização anticapitalista espanhola (Centro de Estudos Políticos e Sociais) por onde passaram vários dos dirigentes do Podemos recebeu perto de sete milhões de euros do regime venezuelano.
A desconfiança adensou-se quando um diretor de um antigo canal de televisão espanhol acusou os regimes do Irão e Venezuela de financiarem um programa de televisão que deu palco mediático a Pablo Iglesias e outros elementos do Podemos.
Nota: eu reescrevi [troquei literalmente] uma sentença inteira de frases do Observador no segundo parágrafo, na qual se narrava o motivo do juiz estar no exílio, se referindo a ele como sendo "perseguição política da qual se diz alvo pelo regime venezuelano", eles usam essa sentença para indicar que ele se sente vítima, e não que de fato há como estar havendo uma perseguição por parte do regime. Isso por si só é um embuste jornalístico, porque o próprio site relatou várias vezes casos de violência do estado. Se ele se dissesse vítima, então estaria lá exercendo o cargo. Se fosse seguro dizer tudo o que tem dito como faz fora do país lá na Venezuela, então ele não diria essas coisas no exílio. Essa é apenas uma amostra do bueiro que é o jornalismo português, um dos piores jornalismos da Europa.
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