The Local Es, 16 de julho de 2018
O governo socialista da Espanha está tentando apagar “preconceitos” de gênero na Constituição, mas o diretor da Academia Real Espanhola, o guardião do idioma, disse na segunda-feira que o plano é impraticável.
Na semana passada, a vice-primeira ministra Carmen Calvo pediu à Academia que estudasse a atualização da Constituição de 1978 com uma linguagem “inclusiva”.
“Nós temos uma constituição muito masculina que remonta há 40 anos”, disse ela, observando que se referia a “ministros e deputados” com a forma masculina do substantivo.
O uso tradicional espanhol de pronomes masculinos e formas normais para se referir a ambos os gêneros coletivamente levantou a raiva de alguns [esquerdistas], que dizem que torna as mulheres invisíveis.
Mas Dario Villanueva, chefe da Real Academia Espanhola, disse na segunda-feira ao jornal El País: “O problema é confundir gramática com machismo”.
“As línguas são regidas pelo princípio da economia. O uso sistemático de palavras duplicadas destrói isso. Algumas soluções falsas foram propostas como substituir o final de uma palavra por E no lugar do (masculino) O e do (feminino) A, mas isso me parece absurdo, ridículo e absolutamente inviável”.
No entanto, um membro da academia, Arturo Perez-Reverte, já ameaçou renunciar caso prossigam com o assunto.
Quando um usuário no Twitter sugeriu que ele deveria sair em protesto se a proposta seguisse adiante, ele respondeu: “Você tem a minha palavra”.
“A reação de Arturo Perez-Reverte, que colocou a carroça antes dos bois, não ajudou a aliviar as tensões”, disse Villanueva.
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