Gospel Notícias, 29 de junho de 2018
Por Will R. Filho
A onda de assassinatos envolvendo cristãos na República Federal da Nigéria, país mais populoso da África, está revelando uma possível cumplicidade do Presidente, Muhammadu Buhari, com o crescimento de grupos extremistas islâmicos como o Boko Haram e a etnia “Fulani”.
Apenas no último final de semana, pelo menos 86 pessoas foram mortas no estado de Plateau, localizado na região central da Nigéria. Entretanto, esse foi o número reconhecido pelo Governo, mas acredita-se que ele pode ser bem maior, já que até crianças foram assassinadas.
Os ataques deste final de semana foram atribuídos ao grupo terrorista islâmico Boko Haram, que segundo um relatório apresentado na conferência memorial anual de Murtala Mohammed, realizada no Centro Shehu Yar’Adua, em Abuja, no ano passado, já matou cerca de 100.000 pessoas ao longo dos anos.
Outro grupo, todavia, vem ganhando repercussão por conta do aumento dos seus ataques. Se trata do grupo “Fulani“, uma etnia espalhada por vários países da África, como o Senegal, Guiné, Gâmbia, Serra Leoa, Guiné-Bissau e os Camarões, além da Nigéria.
Para Emmanuel Ogebe, responsável por uma organização que visa garantir a liberdade religiosa dos cristãos no país, “é desconcertante que uma pequena minoria muçulmana possa aterrorizar os cristãos, que são em maior número nos estados de Benue e Plateau!”.
A explicação para isso pode estar no financiamento externo. É no que acredita o parlamentar Peter Ibrahim Gyendeng. “Os ataques foram cometidos por grupos de atiradores que portavam armas sofisticadas, inclusive fuzis de assalto”, disse ele ao jornal “Nigerian Tribune”.
A etnia Fulani é formada em sua maioria por agricultores, o que faz acreditar que eles estão sendo equipados por grupos mais organizados ou mesmo apoiados indiretamente pelo Governo. A maior evidência disso é o descaso com que o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, vem tratando os atentados.
Buhari é muçulmano e faz parte da etnia Fulani. Para Bosun Emmanuel, secretário do Fórum Nacional de Idosos Cristãos, ele vem seguindo “abertamente uma agenda anti-cristã que resultou em inúmeros assassinatos de cristãos em todo o país e na destruição de comunidades cristãs vulneráveis”.
Apesar do Presidente Buhari já ter se pronunciado sobre os novos ataques, dizendo no Twitter que não irá “descansar até que todos os assassinos e elementos criminosos e seus patrocinadores estejam incapacitados e levados à justiça”, se medidas enérgicas não forem tomadas com urgência, o cristianismo pode deixar de existir na Nigéria.
“Em 2018, podemos dizer que daqui a 25 anos, estamos enfrentando o risco de sermos os últimos cristãos na Nigéria”, alertou Emmanuel, segundo informações da CBN News.
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