Epoch Times, 23 de abril de 2018.
Por Paul Huang
Microsoft encabeça a lista com 73% de suas peças de equipamentos provenientes do país asiático
Relatório produzido por uma comissão do Congresso norte-americano denuncia que os principais fabricantes que fornecem equipamentos de tecnologia informática (TI) ao governo dos Estados Unidos obtiveram uma média de 51% de peças oriundas da China. A falta de uma estratégia pró-ativa para gerenciar as cadeias de suprimentos norte-americanas, combinada com a intenção maliciosa do regime chinês, representa um grande risco para a segurança nacional dos Estados Unidos, para a competitividade econômica e para a privacidade dos cidadãos norte-americanos, declara o relatório.
O documento foi publicado em 19 de abril pela Comissão de Revisão Econômica e de Segurança dos Estados Unidos e China, órgão com mandato do Congresso dedicado a investigar questões de segurança nacional e comércio entre os Estados Unidos e a China.
Com base em informações disponíveis publicamente, o relatório concluiu que uma média de 51% das peças enviadas para sete dos principais fabricantes de TI dos Estados Unidos — Hewlett-Packard, IBM, Dell, Cisco, Unisys, Microsoft e Intel — é proveniente da China. Estes fabricantes norte-americanos, por sua vez, forneceram a maioria dos computadores, roteadores, softwares, impressoras e outros produtos de TI que são usados pelo governo dos Estados.
Entre as sete empresas, Microsoft encabeça a lista com 73% de suas peças de equipamentos provenientes da China, de acordo com o relatório.
Jennifer Bisceglie, diretora executiva da Interos Solutions, foi uma das especialistas que contribuíram para a preparação do relatório. Ela destacou que grande parte da aquisição anual de 90 bilhões de dólares do governo norte-americano em tecnologia de computação acaba sendo de produtos chineses ou produtos que contêm peças fabricadas na China.
O relatório adverte que as sete empresas não são as únicas que fornecem equipamento de TI para o governo norte-americano, mas são alguns dos principais provedores baseados em fontes publicamente disponíveis. Outros fornecedores de TI de grandes empresas federais como AT&T, Abacus Technology e Amazon Web Services não foram pesquisados.
Mais de 95% dos componentes eletrônicos comerciais e sistemas de TI que são utilizados pelo governo dos Estados Unidos são produtos comerciais disponíveis, de acordo com o relatório, e o papel da China na rede mundial de fornecimento destes produtos é significativo.
Durante anos, especialistas em segurança nacional, bem como funcionários do governo, soaram o alarme a respeito da possibilidade de que os países adversários poderiam ser suficientemente ousados para introduzir defeitos maliciosos nos equipamentos dos Estados Unidos, talvez até mesmo uma falha de segurança que poderia ser explorada no momento oportuno escolhido pela nação adversária.
Dadas as crescentes ameaças lançadas pelo regime chinês contra a segurança nacional dos Estados Unidos, tem havido crescentes pedidos de uma revisão profunda da dependência da indústria dos Estados Unidos por peças fabricadas na China, especialmente dos produtos que são comprados eventualmente e usados pelo governo norte-americano ou mesmo pelo exército dos Estados Unidos.
O relatório também chama a atenção para uma relação de leis e políticas industriais chinesas que foram promulgadas nos últimos anos, todas as quais procuram posicionar fortemente a China e os fabricantes chineses de forma a dominar o mercado global de tecnologia informática e da comunicação (TIC) no futuro.
“Estas novas regulamentações apresentam um sério dilema para as multinacionais norte-americanas e uma ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos”, descreve o relatório. “Se as empresas norte-americanas — que são os principais provedores de TIC para o governo federal dos Estados Unidos — entregam o código fonte, informações de negócios privados e informações de segurança para o regime chinês, abrindo a si mesmas, as redes federais de TIC se tornam consequentemente acessíveis às iniciativas de ciberespionagem chinesas.”
Os ataques cibernéticos às cadeias de suprimentos também poderiam ser mais fáceis e prevalecer à medida que o desenvolvimento de tecnologias como a da rede móvel 5G e a internet aumentam exponencialmente as chances de ataque, acrescenta o relatório.
O relatório recomenda a criação de uma “liderança centralizada” dentro do governo norte-americano para supervisionar e regular a cadeia de suprimentos, o que exige que os contratantes do governo norte-americano divulguem quem são os fornecedores de suas peças. Além disso, também sugere que o Congresso vincule os orçamentos do programa ao monitoramento da cadeia de suprimentos para garantir seu cumprimento.
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