10 de fev. de 2018

Reino Unido – professora cristã tachada de terrorista pelo órgão de combate ao terrorismo por dizer a aluna lésbica “Deus ama você”




Christian Concern, 09 de fevereiro de 2018. 



Um Tribunal do Trabalho rejeitou a reivindicação de discriminação por uma professora cristã demitida por uma escola de pré-aprendizagem financiada pelo governo por responder as perguntas dos alunos sobre as suas crenças. 

Svetlana Powell, uma professora com pelo menos 17 anos de experiência, foi demitida pela Academia de Aprendizagem T2 em Bristol em junho de 2016, depois de ter sido questionada pelos estudantes sobre os seus pontos de vista sobre a homossexualidade. Ela então foi delatada como sendo uma “ameaça de radicalização” ao órgão de vigilância antiterrorista do governo, Prevent. 


Em resposta a uma pergunta de uma estudante de 17 anos, a senhorita Powell disse que sua crença pessoal era de que a homossexualidade era contra a vontade de Deus, mas que Ele amava cada pessoa, independente do que eles faziam, ou de quem eram. 

Quando uma das alunas disse se identificar como uma lésbica, a senhorita Powell, com a convicção do cuidado e do amor de Deus por cada pessoa, voltou-se para ela e disse: “Deus te ama”. Dois dias depois, a Diretora dos Recursos Humanos da Academia, Stacy Preston, disse à senhorita Powell que ela foi demitida com efeito imediato por sua “má conduta.". 

A Diretora de Salvaguarda da Academia, Sian Prigg, disse ao Tribunal que depois que um grupo de estudantes se queixou de terem sofrido uma “lavagem cerebral para se sentirem culpados”, ela  então decidiu entrar em contato com o coordenador local da Prevent – o grupo estratégico do governo – para relatar o incidente.  A senhorita Powell disse que não sabia que foi denunciada como uma “ameaça de radicalização” até que ela trazer uma ação judicial contra a Academia e ler o depoimento da senhorita Prigg no Tribunal.  

No entanto, o juiz do Trabalho Maxwell decidiu que a Academia não praticou discriminação contra a senhorita Powell por causa de suas crenças religiosas. 

Demissão imediata. 

A senhorita Powell disse ao Tribunal que tinha sido professora por 17 anos em um colégio de Bristol com um registro exemplar, antes de se juntar à Academia T2 em maio de 2016 como professora particular. T2 é uma academia de pré-aprendizagem administrada por uma empresa privada, a Marr Corporation, que tem contratos com o governo. 

Voltando ao trabalho a partir de um feriado de uma semana em 25 de julho, a senhorita Powell foi designada para dar uma lição por dois dias, nos dias 25 a 26 de julho de 2016, na ausência de um tutor. Ela recebeu um esquema de aula, incluindo uma discussão para ser feita sobre a empregabilidade, ou outro tópico que considerasse apropriado. 

Powell havia ensinado anteriormente um dos estudantes na classe, e em um grupo pequeno, onde ele havia dito a ela que era cristão, e ela havia lhe dito que também era. 

Na manhã em questão, o estudante 'cristão' estava distraindo colegas, e a senhorita Powell pediu-lhe para que parasse e se concentrasse em seu trabalho. 

Ele recebeu uma advertência verbal da professora, dizendo que, se ele não produzisse certa quantidade de trabalho após o almoço, ela o afastaria dos outros, para que pudesse se concentrar em seu trabalho e não distrair os outros estudantes. 

Após a pausa para o almoço, o aluno continuou falando enquanto produzia minimamente o trabalho, o que fez com que a professora pedisse para que o aluno se afastasse para o outro lado da sala de aula. O aluno então se opôs, e então começou a fazer questionamentos sobre a fé da professora, fazendo-lhe uma primeira pergunta sobre as suas crenças pessoais e a evolução. 

Outros alunos então começaram a perguntar as opiniões pessoais da professora sobre outras questões de fé e, à medida em que a classe inteira estava envolvida com a conversa, a professora decidiu usar isso como o “tópico de discussão” para a sessão e apresentou-o como tal. 

Eu decidi usar o interesse dos alunos no assunto e ter uma discussão para acomodar as atividades incluídas no plano de aula”, disse a senhorita Powell. “Eu considerei o tema apropriado, pois a discussão sobre os pontos de vista cristãos contribuiria para criar questões culturais do nosso dia e a consciência da religião deste país”. 

O aluno que originalmente tinha recebido advertência da professora sobre o seu comportamento perguntou a ela sobre as suas opiniões sobre a homossexualidade. Ela respondeu dizendo que, como cristã, ela “pessoalmente” acreditava que a Bíblia diz que a atividade homossexual era contra a vontade Deus, mas que Deus ainda ama cada pessoa, independentemente do que fizeram, ou do que eram. 

O mesmo aluno disse que outra aluna do grupo era lésbica, ao qual a professora respondeu que Deus a amava. A professora então perguntada se a aluna lésbica “iria para o Inferno”, respondeu que a visão cristã histórica de que, para todos os que se arrependem (e se voltam para Deus), Deus fornece um caminho de salvação através de Seu filho, Jesus Cristo. A professora não disse nada sobre o “Inferno”. 

A discussão ficou muito acalorada com o aluno que a tinha originado e também sido disciplinado falando sobre outros. No intervalo, esse aluno e quatro outros deixaram a sala de aula e depois conversaram com a gerente da Academia, Liz Barker. 

Como resultado, Svetlana Powell foi então convocada para outra sala pela senhorita Barker, que disse que os alunos apresentaram uma queixa, e que ela iria leva-la [a queixa] para o RH. Quando a senhorita Powell voltou ao trabalho no dia seguinte, foi-lhe dito que ela havia sido suspensa e deveria aguardar novidades de seu empregador, via e-mail. 

A senhorita Powell foi convidada para uma audiência disciplinar no dia seguinte às 11h e não teve tempo para obter representação legal. Na audiência, no dia 27 de julho, ela estava sendo interrogada sobre a sua fé cristã e que ela tinha expressado sobre isso em sua discussão com os alunos. 

Depois de uma hora, a senhorita Powell foi chamada de volta a sala [RH] e lhe foi dito que o seu contrato estava sendo encerrado com base no fato de que ela não podia controlar a classe e que os seus comentários eram ofensivos para alguns alunos. Foi-lhe dito para deixar a Academia imediatamente, e que ela não seria autorizada a apelar da decisão. 

Perda de rendimentos. 

A senhorita Powell, apoiada pelo Centro Legal Cristão (CLC), processou a Marr Corporation no Tribunal do Trabalho de Bristol por perda de rendimentos. 

O advogado do CLC, Pavel Stroilov, disse ao tribunal que a Marr Corporation discriminava a senhorita Powell por causa de suas crenças cristãs. Ele argumentou que o tratamento da escola para com a senhorita Powell era “arbitrário em contraste” com as queixas com que lideram quando feitas pelos estudantes contra outro professor, Andrew Spargo, a quem ele descreveu como um “ateu de esquerda convicto”. 

Ao questionar uma das testemunhas da Marr Corporation, Liz Barker, Stroilov referiu-se a um e-mail onde relatou as queixas dos alunos nas quais diziam que o senhor Spargo passou a maior parte do tempo na aula “pregando-lhes diariamente sobre o quão horrível é a Inglaterra e como muitas pessoas inocentes o governo matou, bem como por que Jesus nunca existiu”. Em uma ocasião, o senhor Spargo supostamente chocou os alunos mostrando-lhes um esboço de uma mulher nua com as pernas abertas e a vagina à amostra. Em outra, ele supostamente disse duas vezes a um aluno para "tirar o f**** da minha sala de aula”. 

Discriminação anticristã. 

Após o julgamento de um dia, o Tribunal emitiu seu juízo em 02 de fevereiro. 

O veredito mostrava discordância com a comparação entre a senhorita Powell e o senhor Spargo, declarando que a senhorita Powell foi demitida “porque se permitiu intentar uma discussão onde ela expressou os seus pontos de vista religiosos e pessoais... O que acabou fomentando ainda mais a discussão ao ponto de ficar fora de controle”, disse o juiz. “Ela não foi demitida, em qualquer medida material, por sua fé cristã ou crenças”. 

A senhorita Powell e o Centro Legal Cristão estão considerando recurso. 

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Um comentário:

  1. A Inglaterra, ao menos humanamente, já é um caso perdido, assim como a Suécia. Azar os deles. :(

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