14 de nov. de 2017

França e Estados Unidos preocupados com Hariri e situação libanesa




Euronews, 13 de novembro de 2017 


Por Luis Guita



Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, está preocupado com o primeiro-ministro libanês, demissionário, Saad Hariri, que se encontra em Riade, Arábia Saudita, e com a situaçao no Líbano.

A demissão que o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, apresentou, a partir da Arábia Saudita, na semana passada, continua a provocar muitas interrogações. Estados Unidos e França estão entre os países que manifestaram apoio a Hariri e ao Estado libanês, e se interrogam sobre o papel de Riade.



O ministro libanês do Interior, Nohad Machnouk, aponta o dedo à Arábia Saudita e diz que os libaneses “não são um rebanho de ovelhas.”

No Líbano, os populares manifestam apoio ao primeiro-ministro libanês.

Ele disse que está de regresso e nós aguardamos por ele. Em tudo o que decidir, terá o nosso apoio,” afirmou a libanesa Ghina.

Entretanto, a entrevista que Saad Hariri deu, domingo passado, na Arábia Saudita, onde afirmou ser um homem livre, não convenceu nem a imprensa libanesa nem os libaneses.

Para a jornalista Claire Chakar do jornal al-Ittihad, os espectadores observaram o primeiro-ministro ao pormenor e viram-no como se fosse “um alienígena”.

Honestamente, eu sou um fã de Saad al-Hariri mas não era que falava. Ele estava muito cansado, o seu rosto parecia cansado e ele não estava descontraído. Esperamos o melhor, que ele regresse são e salvo. Continuamos a gostar dele,” declarou o libanês Omar Ismael.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, manifestou-se preocupado com a situação: “Estamos preocupados com a situação no Líbano. O Líbano tem uma longa história com a França e preocupamo-nos com a sua estabilidade, preocupamo-nos com a sua integridade, preocupamo-nos com a não ingerência e preocupamo-nos com o respeito pela Constituição Libanesa.”

Mais de 400 mil libaneses trabalham nos Estados do Golfo e transferem, anulamente, mais de 2 mil milhõess de euros para o Líbano. Qualquer sancão da Arábia Saudita e dos seus vizinmhos do Golfo poderia ter um efeito devastador sobre a economia libanesa.

Hariri quebra o silêncio: "Sou um homem livre"


O chefe do governo libanês viajou para Riade no dia 3 e demitiu-se no dia seguinte.

O ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri quebrou pela primeira vez o silêncio desde que começaram a circular os rumores de que estaria retido na Arábia Saudita pelo regime do rei Salman e impedido de viajar para o Líbano.

Hariri diz que é um homem livre: “Estou livre, aqui no Reino da Arábia Saudita. Se quiser voltar amanhã volto, mas tenho aqui a minha família e tenho de os proteger”, disse.


O chefe do governo libanês, filho do antigo primeiro-ministro assassinado Rafic Hariri, viajou para Riade no dia 3 e demitiu-se no dia seguinte. Disse ser vítima de uma conspiração de assassínio por parte do Irão e do aliado libanês Hezbollah. As autoridades libanesas, nomeadamente o presidente Michel Aoun, acreditam que Hariri foi forçado a demitir-se e está a ser manipulado pelo regime saudita.

O Líbano, martirizado por décadas de lutas internas entre cristãos e muçulmanos de várias fações, deu uma mostra de unidade este domingo, na maratona de Beirute. Libaneses de todas as tendências mostraram vontade de ver Hariri regressar ao país.

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