5 de set. de 2017

Venezuela começa a perseguir opositores “por decreto”




Epoch Times, 04 de setembro de 2017 






A Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, em sua sessão de terça-feira (29/08), classificou, através de um decreto, como “traidores da pátria” os opositores que apoiaram as sanções econômicas ditadas pelos Estados Unidos, o que também serviu para abrir um “julgamento histórico” .

A medida foi tomada por unanimidade, como já têm agido até agora os 545 chavistas que compõem a Assembleia Constituinte, em um esforço para denunciar a promoção de “essas ações imorais contra os interesses do povo venezuelano”, conforme informado pela presidente da Assembleia, Delcy Rodríguez.


“Foi somente um documento proveniente dos representantes da direita que pediu uma intervenção na Venezuela e nós o denunciamos, porque há mais de 2 anos eles se dedicam a ir a todas as instâncias internacionais, a solicitar expressamente a intervenção da Venezuela”, disse Rodríguez.



“Como seria punido, por exemplo, nos Estados Unidos, se um parlamentar pedisse para que o país fosse invadido militarmente por outro país, traição à pátria?”, perguntou ela.

A decisão foi tomada no final de uma sessão de quase três horas marcada pela violência dos discursos contra a liderança da oposição.

Rodríguez apontou diretamente para o presidente do parlamento, Julio Borges, que está sendo investigado por ter pedido em maio ao banco de investimentos Goldman Sachs para que não comprasse títulos do regime de Nicolás Maduro.

Por sua parte, Borges culpou o presidente pela crise enfrentada pela Venezuela e enfatizou que todos os contratos ou despesas devem passar pelo parlamento antes de serem aprovados.

“Por que Nicolás Maduro é responsável? Porque ele tem todo o poder, ele fechou a Assembleia Nacional, tomou o poder da Assembleia Nacional, tem a lei habilitante, tem decretos de guerra econômica para fazer o que quiser com a economia, e o resultado é que as empresas fecharam, que as vagas de trabalho são eliminadas “, disse Borges.

Leopoldo López está proibido de falar em público na Venezuela


O líder opositor da Venezuela, Leopoldo López, “não pode transmitir qualquer informação à mídia e não pode falar”, disse sua esposa Lilian Tintori, em uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira (29/08).

López está cumprindo 3 anos e meio de uma pena de prisão de 14 anos por supostamente instigar atos violentos durante uma manifestação que terminou com 43 pessoas mortas em 2014.

Em 8 de julho, o ex-prefeito de Chacao foi detido em prisão domiciliar por uma decisão da Suprema Corte de Justiça (TSJ). No entanto, 24 dias depois, o órgão mais alto do sistema judicial venezuelano o enviou de volta à prisão de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, acusando-o de tentar escapar.

Declarações controvertidas de Lilian Tintori sobre Leopoldo López. Venezuela, 29 de agosto de 2017:


López conseguiu voltar para casa sob prisão domiciliar em 6 de agosto, mas na condição de não poder realizar intervenções públicas, explicou sua esposa.

“Quando ele foi transferido de Ramo Verde para casa (a primeira vez), ele não tinha essas limitações. É por isso que Leopoldo se comunicava através de vídeos, mensagens nas redes sociais e através do partido Vontade Popular”, declarou Tintori.

Depois de ter sido colocado em prisão domiciliar pela primeira vez, López se manifestou contra a Assembleia Constituinte instituída pelo presidente Nicolás Maduro e que agora governa na Venezuela com poderes extraordinários.

Na verdade, na terça-feira passada, a Assembleia – constituída apenas por representantes do governo votou um decreto que permite classificar os venezuelanos que apoiaram as sanções impostas pelos Estados Unidos como “traidores para a pátria” e fazer um “julgamento histórico”.

“Sabemos que é um risco se Leopoldo falar, embora saibamos qual é sua posição frente ao regime, e eu continuarei a transmiti-la”, disse Tintori, indicando que a defesa irá recorrer das restrições.

“Tudo isso só confirma que Leopoldo é um preso de consciência”, acrescentou, mencionando que sua residência é constantemente vigiada por policiais.

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