RTP, 03 de junho de 2017.
Por Carlos Santos Neves.
Uma sequência de explosões ocorrida este sábado na capital do Afeganistão, durante o funeral de uma das vítimas dos confrontos da véspera entre manifestantes e polícia, fez pelo menos 12 vítimas mortais. Cabul vive nova vaga de violência após o atentado da semana passada com um camião armadilhado.
As explosões, que terão sido acionadas por bombistas suicidas, aconteceram a meio das cerimónias fúnebres de Mohammad Salim Izadyar, filho do vice-presidente do Senado afegão. Izadyar não resistiu aos ferimentos que sofreu na sexta-feira em confrontos entre manifestantes e forças de segurança em Cabul.
Com base em testemunhas no local, a agência Reuters avançava ao início da tarde com um balanço de pelo menos 12 mortos. Mas os meios de comunicação social do Afeganistão referem que o número de vítimas mortais poderá chegar a 18.
A violência das explosões “pulverizou” as vítimas, segundo os testemunhos recolhidos pelas agências. Terão ficado feridas outras 80 pessoas.
Entre os feridos há responsáveis governativos. Uma das individualidades que estiveram no funeral foi o chefe do Governo, Abdullah Abdullah, que escapou ileso à série de três explosões.
“As primeiras informações apontam para pelo menos dez vítimas”, adiantou, por sua vez, Najib Danish, porta-voz do Ministério afegão do Interior, em declarações citadas pela France Presse. A mesma fonte não detalhou números de mortos e feridos.
Mohammad Salim Izadyar foi uma das cinco pessoas mortas nos confrontos de sexta-feira. A polícia empregou a força contra manifestantes que exigiam a queda do Executivo, acusado nas ruas de incapacidade para responder à insegurança.
Na passada quarta-feira a capital afegã foi atingida pelo mais sangrento dos atentados cometidos desde 2001: morreram mais de 90 pessoas num ataque com recurso a um camião armadilhado; há ainda registo de 460 de feridos.
Cidade fortificada
O centro da capital afegã, que chegou a ser considerada a mais segura das cidades do país, vive desde a semana passada sob apertadas medidas de segurança. Foram montados postos de controlo e as ruas são patrulhadas por veículos blindados.
Os serviços secretos do Afeganistão acreditam que o atentado de quarta-feira tenha sido perpetrado pela rede Haqqani, conotada com a guerrilha taliban e o Paquistão.
Mais de um terço do Afeganistão está nesta altura fora do controlo do Governo. Os Estados Unidos mantêm perto de 8.400 efetivos militares em solo afegão. Os contingentes de outros membros da NATO perfazem cinco mil operacionais.
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