21 de mar. de 2017

Erdogan sobre a UE: “Não nos ameaçarão com nada”

Califa, Erdogan



Expresso, 21 de março de 2017. 



Presidente turco anuncia que vai falar com a União Europeia após o referendo de abril, garantindo que depois da aprovação do sistema presidencialista “nascerá uma Turquia muito diferente”

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, advertiu esta terça-feira que após a conclusão do referendo constitucional de 16 de abril vai "falar" com a União Europeia (UE) sobre a sua relação com a Turquia.

"Não nos ameaçarão com nada, nem com o processo de adesão à UE nem com o acordo de readmissão [de refugiados]. Após a aprovação do sistema presidencialista em 16 de abril, nascerá uma Turquia muito diferente", anunciou o Presidente durante um discurso em Ancara, transmitido pela cadeia televisiva NTV.


"Durante anos impuseram-nos critérios da UE, e agora rejeitam-nos eles próprios. Quando terminar [o referendo] de 16 de abril, vamos sentar-nos à mesa e falaremos", disse Erdogan.

O homem-forte da Turquia acrescentou que vai pedir "contas à Holanda" pelo manifestante turco que terá sido agredido no decurso da manifestação em Roterdão na semana passada, e que desencadeou uma grave crise diplomática entre os dois países, e ainda com a Alemanha.

"Não permitiremos a nenhum europeu, sob qualquer pretexto, que venha fazer de agente no nosso país", acrescentou, numa aparente alusão ao jornalista turco-alemão Deniz Yücel, detido na Turquia e acusado pelo poder em Ancara de ser um "espião" e um "agente do terrorismo".

Numa referência ao agravamento das relações entre os representantes do clube europeu e o país euroasiático, o responsável da UE pelo processo de alargamento disse que a adesão da Turquia se tornará "cada vez mais irrealista" caso Ancara não altere as suas posições.

A Turquia mantém desde 2005 conservações para garantir o estatuto de Estado-membro, mas em diversos países europeus têm aumentado as críticas face ao que designam por "desvio autoritário" de Erdogan.

O comissário para o Alargamento, Johannes Hahn, referiu em declarações hoje publicadas pelo diário Bild que "em relação ao estrito critério de adesão, a Turquia tem-se afastado cada vez mais da UE desde há algum tempo".

"Se não alterar o rumo rapidamente, a integração será cada vez mais irrealista", acrescentou.

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