Euronews, 04 de outubro de 2016.
Na praça Taksim, em Istambul, as vozes ainda se fizeram ouvir contra o fecho governamental de dezenas de canais de rádio e televisão, sob acusações de “propaganda terrorista”.
Na sequência do golpe de Estado falhado de 15 de julho, a purga continua na Turquia, um país posicionado nos últimos 30 lugares do relatório anual de liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras.
Turkey police shut down pro-Kurdish channel live on air https://t.co/TVLUe3SqK5 pic.twitter.com/HRDTi0Nwz9— AFP news agency (@AFP) 4 de outubro de 2016
“À nossa frente estão os dias em que todos os canais e vozes de oposição são silenciados. Hoje, 23 canais de tv foram fechados, amanhã podem fechar mais 15. Depois disto, somos forçados a ver apenas um canal, como nos anos 80 ou 90. E esses canais serão usados pelo governo para a sua propaganda. Não vamos deixar que aconteça.”, declara Ugur Guç, presidente do sindicato de jornalistas turco.
O estado de emergência, que permite ao Presidente Tayyp Erdogan governar por decreto, foi estendido poucas horas antes até Janeiro, pelo menos.
A IMCTV, um dos canais curdos mais importantes do país, foi encerrado em direto.
No total, mais de 100 jornalistas foram já detidos e mais de 100 meios de comunicação encerrados por serem críticos face ao poder.
#Turkey sacks nearly 13,000 police officers over suspected ties to Gulen https://t.co/Ae1FDXeLQs— Haaretz.com (@haaretzcom) 4 de outubro de 2016
A força policial também assistiu à suspensão de 12mil oitocentos e um agentes, com mais de 2 500 chefes incluídos, por suspeita de ligação com Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e a quem Ankara acusa de ter orquestrado o golpe e quer ver extraditado.
Desde o golpe de estado falhado, cerca de 100 mil pessoas foram afastadas das suas funções nos serviços judiciais, administrativos, militares e académicos. Mais de 30 mil estão presas.
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