The Local fr, 19 de outubro de 2016.
Sitiados os policiais franceses realizaram protestos ainda mais espontâneos e não autorizados em vilas e cidades em toda a França na terça-feira à noite conforme a raiva cresce por causa de suas condições de trabalho face a violência.
Após protestos não autorizados de segunda à noite na avenida Champs-Elysées, em Paris, foi a vez dos oficiais em Marselha, Nice, Evry e outras cidades em toda a França manifestar sua raiva na terça-feira.
Os policiais da França dizem que estão no ponto de ruptura, conforme o país e o estado de emergência perdura por quase um ano após os ataques terroristas jihadistas em Paris desde novembro passado.
A pressão na qual eles se encontram tem sido agravada pelos recentes incidentes de violência contra agentes, nomeadamente em Viry-Chatillon, perto de Paris neste mês, quando quatro policiais foram atacados por jovens atirando molotov.
Dezenas de oficiais se manifestaram do lado de fora de um hospital de Paris na terça-feira à noite, quando um desses oficiais ficou gravemente ferido no ataque com molotov, enquanto ainda está sendo tratado.
“Queremos lutar contra a banalização da violência contra a polícia”, disse um oficial da polícia em Nice ao jornal Nice Matin.
“Queremos ser ouvidos por nossa hierarquia e pelo Judiciário. Se nos tornarmos vítimas, quem irá proteger o público? Estamos sobre enorme demanda, mas colegas mais jovens estão sendo desencorajados.”.
Outro policial disse ao site de notícias LCI: “Não me sinto mais seguro e os franceses também não”.
Em Evry, ao sul de Paris cerca de 400 oficiais se manifestaram na frente da principal sede da polícia e foram vistos zombando de seu chefe de polícia, ao sair em um carro. Oficiais cantavam a Marselha e gritavam “demissão” (demissões).
Manifestation policiers : 400 agents sont réunis devant l'hôtel de police d'Evry pic.twitter.com/bV6WNRwAKE— yael chambon (@yaelchambon) 18 de outubro de 2016
Em Marselha cerca de 100 policiais fizeram uma manifestação na porta velha, enquanto suas luzes azuis brilhavam em seus veículos policiais.
“Manifestar-se com luzes piscando em seus carros de polícia não é consistente com a ética policial da República Francesa”, disse o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, antes de acrescentar que “compreendeu sua exasperação”.
Assim como o chefe de polícia francesa Jean-Marc Falcone, ele anunciou que uma investigação seria lançada a respeito do protesto não autorizado na Champs-Elysées.
Falcone disse que os protestos representam um “comportamento inaceitável” e que eles “enfraquecem a polícia nacional”.
Mas um policial protestando em Evry disse: “Nossa hierarquia não entende o mal-estar dos funcionários.”
Enquanto alguns sindicatos pediram a polícia para voltar ao trabalho e acabar com os protestos, outros têm chamado para uma manifestação nacional na próxima quarta-feira.
Há também os que foram chamados para conversações urgentes a serem realizadas com o ministro da Justiça e o Ministério do Interior.
Cerca de 500 agentes da polícia levaram a famosa avenida do mundo – a Champs-Elysées – na segunda-feira um protesto contra a resposta à violência contra a polícia.
Dezenas de carros de polícia se dirigiram para a Champs-Elysées na segunda-feira, em um protesto, apenas dez dias depois que quatro policiais ficaram feridos em um notório conjunto habitacional nos subúrbios ao sul de Paris.
Dirigiam para cima e para baixo na avenida buzinando, piscando as luzes e perturbando o tráfego por cerca de uma hora.
“Estamos cansados de ouvir sobre colegas sendo atacados”, disse um oficial anônimo ao canal BFM TV.
“E acima de tudo, parece que não estamos recebendo nenhuma resposta emocional do governo. Minha esposa tem medo por mim quando eu vou trabalhar”, outro acrescentou.
Manifestation inédite de policiers en pleine nuit sur les Champs-Elysées https://t.co/Duj9Z9FmhF pic.twitter.com/lAWLo9mfi5— l'est-éclair (@lesteclair) 18 de outubro de 2016
O canal informou que o protesto tinha sido organizado de forma independente, sem a ajuda de quaisquer sindicatos policiais.
No ataque de 08 de outubro pôde ser visto oficiais serem violentamente atacados com bombas incendiárias [molotovs] enquanto estavam em uma missão de vigilância na zona de alta segurança de Grande Borne, uma área residencial construída na década de 1960.
Dois oficiais sofreram queimaduras graves.
O presidente Hollande disse que o ataque foi “inqualificável e intolerável porque põe em risco a vida dos oficiais cuja função é proteger a população”.
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