Euronews, 06 de outubro de 2016.
Por Maria Barradas.
A imprensa portuguesa foi unânime a saudar o anúncio do quase consenso no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a escolha de António Guterres para suceder a Ban-Ki-Moon como secretário-geral da ONU.
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E as reações políticas também não se fizeram esperar logo apó o anúncio por parte do embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, após a última votação, na quarta-feira:
“Bom, senhoras e senhores, estamos a testemunhar um momento histórico. Não sei se isto aconteceu alguma vez na história das Nações Unidas”, afirmou Churkin, rodeado dos representantes dos 15 países membros permanentes do conselho.
O facto de as principais potências, incluindo a Rússia e os Estados Unidos, se terem aliado no apoio ao ex-primeiro-ministro português revela a confiança que é depositada nele, num momento em que alguns queriam escrever a História pela escolha da primeira mulher para o cargo.
Guterres é um homem com bastante experiência no funcionamento da máquina das Nações Unidas. Após ter deixado a chefia do governo português em 2001, ocupou durante dez anos, o posto de Alto Comissário para os Refugiados onde deixou uma marca bastante positiva.
No Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres incarnou a mudança com uma reforma crucial que reduziu drasticamente o número de funcionário nos gabinetes em Genebra e aumentou consideravelmente o número de meios humanos no terreno para acudirem às inúmeras crises humanitárias com que o planeta se debateu na última década.
Enquanto Alto Comissário, Guterres viria por duas vezes à antena da Euronews. Numa das entrevistas, em resposta à pergunta sobre os conselhos que daria ao seu sucessor no ACNUR, afirmou:
“É absolutamente essencial não só responder às grandes urgências que, infelizmente, se multiplicam no mundo – onde as relações de poder são pouco claras, e a imprevisibilidade e a impunidade fazem parte do jogo -,mas também lembrarmo-nos de todos aqueles de quem ninguém fala”.
António Guterres vai suceder a Ban Ki Moon como Secretário-Geral da ONU.
O Conselho de Segurança confirmou a escolha do antigo primeiro-ministro português e antigo alto comissário da ONU para os refugiados, por aclamação e por unanimidade.
#UNSC adopts by acclamation the recommendation of Antonio Guterres as #NextSG ! pic.twitter.com/yhGYg4oWzB— La France à l'ONU (@franceonu) 6 de outubro de 2016
The "R" word • UNSC Resolution 2311 on "recommendation" for appoitment of #Guterres as #nextSG. #UNGA now to endorse such a "recommendation" pic.twitter.com/jq7WR7vkZl— The UN Times (@TheUNTimes) 6 de outubro de 2016
A recomendação dos 15 membros do organismo vai agora ser submetida à Assembleia Geral das Nações Unidas na próxima semana.
Face a 13 rivais durante 297 dias e seis votos, Guterres tinha mantido a liderança. Na última votação, na quarta-feira, o político português não tinha recolhido nenhum veto de um membro permanente.
O atual Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon felicitou Guterres após o voto, afirmando, “é uma escolha sensacional”.
Ban Ki-moon phones Antonio Guterres to congratulate him on being nominated by Security Council as #NextSG. "He is a superb choice,"Ban said. pic.twitter.com/y2SBEd2rNl— UN Spokesperson (@UN_Spokesperson) 6 de outubro de 2016
António Guterres vai reagir à nomeação com um discurso transmitido em direto de Lisboa, do edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a partir das 17h00 locais.
À espera de Guterres pic.twitter.com/SU6StBzBAe— susanabarros (@susanabarros) 6 de outubro de 2016
O momento do anúncio oficial: “Uma demonstração de união”, afirmou o embaixador russo que preside o Conselho de Segurança da ONU.
#UNSC recommends António Guterres to #UNGA for the appointment of #nextSG from 1 Jan 2017 to 31 Dec 2021. Watch full→https://t.co/gEh6A2ZFiO pic.twitter.com/ZxxJn6mzPw— UN Web TV (@UNwebcast) 6 de outubro de 2016
Notas finais:
Carreira política/partes da biografia.
Pela mão de António Reis, aderiu ao Partido Socialista no ano da sua fundação, em 1973.
Logo após o 25 de abril de 1974, Guterres é nomeado chefe de gabinete de José Torres Campos, que exerceu o cargo de Secretário de Estado da Indústria e Energia dos I, II e III Governos Provisórios.
Em 1976 estreia-se como deputado à Assembleia da República, onde virá a exercer funções como presidente das comissões parlamentares de Economia e Finanças (1977-1979) e de Administração do Território, Poder Local e Ambiente (1985-1988). Presidiu também à comissão de Demografia, Migrações e Refugiados da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (1983).
Foi igualmente presidente da Assembleia Municipal do Fundão, de 1979 até 1995.
Eleito secretário-geral do PS em 1992, venceu as eleições legislativas de 1995 e de 1999, chefiando os XIII e XIV Governos Constitucionais, ambos minoritários e formados exclusivamente pelo PS.
Presidiu à Internacional Socialista, entre 1995 e 2000.
Fonte: web.
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