20 de jul. de 2016

“Os Estados Unidos não podem fazer absolutamente nada contra nós”, diz o chanceler iraniano zombando

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, em Nova York, 22 abr 2016



Times of Israel, 19 de julho de 2016. 



Conforme surgem os vazamentos dos “acordos secretos”, Zarif diz que Teerã conseguiu o que queria do acordo nuclear – uma América impotente para intervir em seus assuntos.

O ministro do Exterior do Irã, Mohammed Javad Zarif na terça-feira desprezou a influência americana global dizendo que o país é impotente, ostentando que o Irã tem o seu caminho livre a partir do acordo nuclear, e que “Os Estados Unidos não podem fazer absolutamente nada” para intervir em seus assuntos. 

“Os Estados Unidos, que, baseando-se em seu poder hegemônico, exigiram que o Irã não deveria ter uma centrífuga e impôs diferentes tipos de sanções contra o país, mas foi confrontado com 20.000 centrífugas”, disse Zarif, referindo-se as máquinas enriquecedoras de urânio, que foi um dos pontos chave das negociações que conduziram ao acordo assinado no ano passado com as potências mundiais. 

“Os Estados Unidos uma vez disseram que o reator de água pesada de Arak deveria ser destruído, porém não só aceitou o reator de água pesada, como também adquiri hoje água pesada do Irã, e também tiveram um papel nos esforços para redefini-lo”, acrescentou durante uma reunião com estudantes numa universidade em Teerã, de acordo com a agência de notícias semioficiais, Fars. 

A América, afirmou, é impotente para influenciar o Irã. 

“Apesar de gastar bilhões (de dólares) em países como Afeganistão, os americanos não foram capazes de compreender ainda esta realidade, que a era da pressão e da imposição de sua vontade terminou; nosso povo, impôs esta realidade sobre os americanos”, disse ele. “Conforme o falecido Imã (Khomeini), disse, os Estados Unidos não podem fazer absolutamente nada e podemos frustras qualquer conspiração contra o país, baseando-se no poder do nosso povo”. 

Zarif também afirmou que a intervenção divina tinha preservado a estabilidade do Irã em um Oriente Médio volátil: “É porque nós entendemos as noções básicas do poder, e a potência mais poderosa do mundo é Alá”. 


Zarif vangloriou-se depois de ter anteriormente defendido uma disposição no acordo nuclear que permite a Teerã começar a reconstrução de seu programa nuclear depois de 10 anos.

O chanceler disse que o documento secreto, apresentado pelo Irã à Agência Internacional de Energia Atômica delineando planos para expandir o programa de enriquecimento de urânio do Irã, era uma “questão de orgulho”. 

Ele disse que foi criado pelos “negociadores e especialistas” iranianos. 

As observações realizadas por Zarif, trazidas pela agência de notícias Fars na terça-feira, foram seguidas das revelações do dia anterior sobre o acordo adicional confidencial – além daquele assinado no ano passado com as potências mundiais – o qual o Irã entregou a AIEA. 

O documento, obtido pela Associated Press em Viena, traça os planos de Teerã para expandir seu programa de enriquecimento de urânio após os primeiros 10 anos do acordo nuclear, essencialmente permitindo-lhe começar dentro de seis meses ou menos a construção de uma arma nuclear bem antes da expiração do acordo de 15 anos. 


Instalação do reator de água pesada perto de Arak,Irã.



O documento é a única parte ligada ao acordo assinado no ano passado entre o Irã e seis potências estrangeiras que não havia se tornado público. Foi dado à AP por um diplomata cujo trabalho tem incidido sobre o programa nuclear do Irã por mais de uma década, e sua autenticidade foi confirmada por outro diplomata, que possui o mesmo documento. 

Israel disse segunda-feira que o documento sublinhou as suas preocupações sobre o acordo nuclear.   



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