4 de jul. de 2016

Brexit: Nigel Farage demite-se da liderança do UKIP

Nigel Farage


 

Euronews, 04/06/2016




Nigel Farage renunciou à liderança do partido da Independência, o UKIP , apenas duas semanas após os britânicos terem votado para deixar a União Europeia.

Num discurso em Londres, Farage, que foi eleito como deputado pelo partido em 1999, disse que nunca quis ser político de carreira e chegou o momento de sair.

 



Eu nunca quis fazer carreira como político. O meu objetivo quando vim para a política era fazer com que a Grã-Bretanha deixasse a União Europeia. Isso foi conseguido no referendo, há duas semanas, e é por isso que agora sinto que fiz a minha parte e que não poderei fazer mais do que esse referendo. Assim penso que chegou o momento agora de me afastar da liderança do UKIP “.
 
Farage declarou que os efeitos da Brexit provocaram uma onda “sísmica” e é provável que vá continuar.
 
Farage acrescentou que espera que as profundas divisões que surgiram a partir de 23 de junho com a votação que conduzirá à saída do Reino Unido da União Europeia “possam ser curadas”.


Nota do editor

Nigel Farage, desde 1998, fez carreira em cima da possibilidade de tirar o Reino Unido da União Europeia, o chamado Euroceticismo foi a estrada pela qual trilhou. Farage acredita que o melhor para o Reino Unido é a independência da super burocracia estatal chamada União Europeia, no entanto, o líder do UKIP tem uma visão um tanto diferente concernente à Rússia de Vladimir Putin. Muitos formadores de opinião e páginas de direita fizeram de Farage uma marca registrada do Brexit, que, mal avaliado, foi pensado como sendo um movimento de uma direita renascente e crescente. Farage, como disse num artigo anterior, pode ser um conservador em muitas questões, mas sua visão de política externa europeia é um tanto confusa. Alguns preferem minimizar chamando essas ideias de vícios, e erros efêmeros, mas são “erros efêmeros” que, se conduzidos por um líder e um Parlamento com coligações políticas com o tal, pode causar muito estrago para a Europa. 

Farage, tal como Corbyn do Partido Trabalhista, e Cameron do Partido “Conservador” sai de cena, e deixa o caminho livre para uma liderança jovem, que poderá futuramente decidir o rumo político do país. O Brexit continua tendo efeito sobre a Europa, e provavelmente, os maiores efeitos irão desencadear mudanças ainda mais drásticas a longo prazo. A União Europeia já fala de ser aquilo que para muitos ela já é, ou seja, um governo. Países do leste com líderes corruptos já cogitam sair da OTAN, e da União Europeia; o primeiro, eu discordo, o segundo, eu até posso considerar. Assim termina a saga de Farage, um líder conservador em certos pontos, mas pró-Rússia em muitos. Diferentemente da visão rasa, o Brexit e as figuras que o rodeiam são uma parte crucial da política internacional, e dos ventos de mudança que sopram sobre a Europa, e não devem ser subavaliados, como tem acontecido nessas últimas semanas, por pareceres puramente popularescos sem qualquer investigação profunda. Não digo isso por me achar melhor, mas por saber quem exatamente é Farage, e outras figuras que aparentemente surgem como oposição e direita na Europa. Há um arsenal de artigos para provar isso.

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