Euronews, 07/06/2016.
Por Beatriz Beiras
A Turquia vive há vários meses num estado de alerta máximo, devido a uma série de ataques relacionados com a retomada do conflito curdo. No dia 18 de fevereiro, os caças bombardeiros descolaram de Diyarbakir para lançarem um ataque aos campos do PKK, no norte do Iraque.
Foi a represália do poder de Ancara ao atentado da véspera, reivindicado pelos denominados Falcões da Liberdade do Curdistão, ou (TAK). Em pleno centro de Ancara, um carro armadilhado, conduzido por um suicida, tinha matado 28 pessoas. Os alvos eram veículos militares.
Algumas semanas mais tarde, no dia 13 de março, o mesmo grupo radical curdo, o TAK, próximo do PKK, reivindicava um novo ataque na capital turca, nas proximidades dos ministérios da Justiça e do Interior. 35 pessoas perderam a vida.
Só em 2016 e até 7 de junho, a Turquia sofreu 12 atentados, dos quais nove foram reivindicados ou atribuídos ao PKK ou a grupos na sua esfera. No total morreram 85 pessoas. Para além dos dois de Ancara e um outro em Bursa, a maioria aconteceu na região de Diyarbakir.
O mais mortífero, no qual morreram sete polícias, ocorreu a 31 de março em Diyarbakir e foi reivindicado pelo HPG, o braço armado do PKK.
Dirigindo-se ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, proferiu um discurso de ameaça, afirmando que não há nada a negociar.
“Os terroristas têm duas opções: render-se e aceitar as leis do sistema judiciário ou ser neutralizados nos buracos em que se escondem. Não há outra alternativa para eles”, afirmou.
Dos 12 atentados cometidos entre janeiro e junho de 2016, três foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico e mataram, no total, 19 pessoas. Dois foram em Istambul o outro foi em Gaziantep.
No primeiro, um atentado suicida, morreram 12 turistas alemães no bairro de Sultanahmet, o centro histórico de Istambul, no dia 12 de janeiro.
No dia 19 de março, um bombista suicida fez-se explodir numa artéria comercial de Istambul matando mais quatro turistas estrangeiros.
No dia 1° de maio, três polícias foram mortos pela explosão de um carro armadilhado junto ao quartel general da polícia, próximo da fronteira com a Síria. O governo turco atribuiu este atentado também ao grupo Estado Islâmico.
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