Euronews, 02 de junho de 2016.
A França tenta relançar o processo de paz israelo-palestiniano com uma cimeira, esta sexta-feira, que está longe de criar grandes expetativas nos dois campos.
Quase três dezenas de ministros dos Negócios Estrangeiros de países árabes e ocidentais vão reunir-se em Paris para tentar ultrapassar o fracasso das últimas conversações em 2014.
Uma iniciativa que, para o primeiro-ministro Benjamin Nethanyahu, representa uma forma dos palestinianos, “evitarem discussões diretas”, previstas no plano da Liga Árabe, apoiado por Israel.
Dore Gold, número dois da diplomacia israelita, não hesitou em falar de uma cimeira, “votada ao fracasso”.
Para David Keyes, porta-voz do primeiro-ministro israelita:
“Muitas coisas mudaram nesta região nos últimos anos e a iniciativa de paz da Liga Árabe representa uma nova oportunidade para convencer os palestinianos a aceitar conversações bilaterais e diretas.Infelizmente a iniciativa francesa fornece um quadro multilateral que os palestinianos vêem como uma solução imposta por Israel e um pretexto para não tomar decisões difíceis”.
Já os palestinianos vêem a reunião de apenas três horas, como uma pressão adicional sobre Israel, quando o território continua a não respeitar as decisões internacionais, nomeadamente sobre a expansão dos colonatos na Cisjordânia.
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riad Al-Malki:
“Até agora Israel rejeitou esta iniciativa e é por isso que França decidiu, com razão, convocar todos estes países para tentarem estabelecer os princípios de um mecanismo de trabalho para poderem falar depois com palestinianos e israelitas”.
A reunião vai tentar chegar a um consenso sobre a convocação de uma cimeira de paz internacional até ao final do ano, assim como tentar fixar um calendário para a retoma das discussões.
Os Estados Unidos não escondem o ceticismo. John Kerry vai deslocar-se a Paris, mas já garantiu que Washington não vai apresentar nenhuma proposta nova durante a reunião.
Segundo o jornal israelita Haaretz, Israel teria multiplicado as pressões nos últimos dias para evitar a adoção de decisões significativas durante a cimeira, nomeadamente o eventual apoio do Conselho de Segurança da ONU a um futuro processo de paz de Paris.
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