Bashar Al-Assad. |
Reuters, 07 de junho de 2016.
O presidente Bashar Al-Assad, prometeu na terça-feira lutar no que ele chamou de guerra Síria contra o terrorismo, mostrando nenhum sinal de compromisso em seu primeiro discurso importante desde que as negociações de paz fracassaram em abril.
Assad disse que iria ganhar de volta “cada polegada” da Síria e disse que Aleppo seria um cemitério para as esperanças e sonhos do presidente turco, Tayyip Erdogan, um dos principais patrocinadores dos insurgentes que lutam para derrubá-lo.
“Nossa guerra contra o terrorismo continua”, disse Assad em um discurso no Parlamento transmitido pela TV estatal. “À medida em que libertamos Tadmur (Palmyra) antes de muitas outras áreas, vamos libertar cada polegada da Síria de suas mãos. Nossa única opção é a vitória, caso contrário, a Síria vai ser desaparecer”.
O exército sírio e as milícias aliadas, auxiliando os ataques aéreos russos, recuperaram o controle de Palmyra dos insurgentes do Estado Islâmico em março. Além da guerra com o Estado Islâmico, Assad está lutando contra os rebeldes que incluem grupos que receberam apoio dos seus inimigos estrangeiros, incluindo a Turquia [e o ocidente].
A guerra diminuiu muito o controle de Assad da Síria, com o Estado Islâmico, e uma série de grupos rebeldes, e uma poderosa milícia curda que estabeleceu autoridade sobre largas partes do país.
Aleppo, a maior cidade da Síria e centro comercial do pré-guerra, e a área circundante, na fronteira com a Turquia tem sido um grande teatro da guerra, divididos entre as áreas de controle do governo e dos rebeldes. A Escalada de combates lá ajudou a arruinar o acordo de cessação de hostilidades em fevereiro.
Assad acusou Erdogan de enviar recentemente milhares de militantes para Aleppo. A Rússia, que veio efetuar bombardeios em apoio a Assad desde setembro, disse no sábado que mais de 20.000 militantes se mobilizaram na área de Aleppo.
A Rússia disse na segunda-feira que as suas forças aéreas serão “as mais ativas” em apoio às tropas do governo sírio, de modo a não deixar Aleppo e a queda da área circundante nas mãos dos combatentes que chamam de terroristas.
Os Estados Unidos e a Rússia intermediaram a cessação das hostilidades, como parte de um esforço para obter as negociações de paz apoiadas pela ONU que se desenrolaram no início deste ano. As negociações fracassaram em abril, quando a principal aliança de oposição se retirou sobre o que ela descreveu como sendo um agravamento da situação no território.
Assad disse que não houve conversas reais em Genebra.
Ele agradeceu a Rússia, o Irã, a China e ao grupo xiita libanês Hezbollah, pelo apoio que tinham fornecido.
Aludindo a sugestões de divisões na aliança, em particular entre o Irã e a Rússia, Assad disse que as pessoas não devem ouvir relatos sobre “diferenças, lutas e divisões”. Ele disse que a aliança era mais forte do que nunca.
Ele falou no Parlamento numa reunião esta semana pela primeira vez desde que foi eleito em abril. A eleição foi realizada em partes controladas pelo governo da Síria.
Partidários do governo disseram que a votação foi um sinal de apoio a Assad, enquanto os seus oponentes disseram que foi ilegítima.
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