Speisa, 28 de maio de 2016.
Sob o lema “Segurança em Foco”, quatro líderes dos partidos suecos visitaram o subúrbio de Estocolmo em Husby, com o intuito de falar sobre como dar maiores poderes de repressão aos policiais para enfrentar ataques a pedras, incêndios de carros e outros crimes relacionados com a imigração nos subúrbios metropolitanos. Mas apesar duma presença massiva da polícia e dos guarda-costas, os criminosos ainda foram capazes de impor sua agenda.
E mesmo que o quarteto de líderes dos partidos visitantes estivessem em Husby, ao meio dia, e com toda uma comitiva de policiais, seguranças, jornalistas e outros políticos, logo ficou claro quem controla o bairro.
Um dos fotógrafos do Expressen, que tinha ido para Husby para cobrir os líderes dos partidos que visitavam o lugar, foi abordado por um grupo de homens que exigiram quais imagens ele poderia manter em sua câmera.
“Mostre as fotos”, ordenou o homem ameaçador que exigiu o deixasse decidir quais fotos o fotógrafo poderia obter.
As imagens foram tiradas quando o político Benjamin Dousa, e o vice-presidente do Distrito Rinbeky-Kista, se juntaram aos líderes dos partidos durante a visita.
“Os jovens procuravam fotos tiradas pelo Expressen. E disseram ao fotógrafo para remover alguns. Era uma atmosfera intimidante”, ele escreveu em seu Twitter depois.
“Não houve ameaças e nenhuma das imagens foram removidas. Caso contrário, haveríamos relatado sobre isso”, respondeu o Expressen em um tuite.
“Porém, eu vi a maneira como o fotógrafo foi obrigado a mostrar e apagar as fotos”, respondeu então Dousa.
“Não existem fotos que foram apagadas, como disse”, respondeu o Expressen.
Então, temos isso. Mesmo quando o seu próprio fotógrafo está sendo ameaçado, como uma testemunha confiável e uma foto para provar isso, um dos maiores jornais de grande circulação da Suécia ainda se recusa a relatar a verdade.
O fato de os criminosos estarem censurando a imprensa não é lá grande coisa, obviamente.
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