23 de mai. de 2016

Espião português preso em Itália por vender segredos da OTAN a russo




Euronews, 23 de maio de 2016.



Por Francisco Marques | Com LUSA.



Um espião português foi apanhado no sábado em Roma, Itália, a vender segredos de Estado relacionados com a União Europeia e com a NATO a um cidadão russo, que teria ligação aos serviços secretos do Kremlin. O português será funcionário do Serviço de Informações de Segurança (SIS), disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A fonte não quis identificar o funcionário do SIS detido, mas adiantou tratar-se de um dos mais antigos oficiais do SIS e que já esteve destacado em várias embaixadas, mas não estava creditado em Itália quando foi detido.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou, entretanto, que a detenção está relacionada a com transmissão de informações, a troco de dinheiro, a um cidadão estrangeiro de um serviço estrangeiro de informações. De acordo com o jornal Público, cada segredo transacionado rendia ao espião português cerca de 10 mil euros.

A PGR adiantou, em comunicado, que foram efetuadas buscas domiciliárias em Portugal e precisa que as detenções ocorreram durante o fim de semana, em Roma, Itália.

Depois de a PJ ter divulgado estarem em causa os crimes de corrupção, violação de segredo de Estado e espionagem, a PGR acrescenta haver também suspeitas do crime de branqueamento de capitais.

Durante a investigação, foram emitidos dois mandados de detenção europeus (MDE) e uma carta rogatória, com pedido de cumprimento antecipado de diligências de recolha de prova.

As detenções resultaram de uma estreita cooperação entre as autoridades portuguesas e italianas, sendo igualmente de salientar a intervenção da Eurojust. Os suspeitos foram apresentados às autoridades judiciárias italianas competentes, encontrando-se a aguardar extradição em prisão preventiva.

Nestas investigações, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da Polícia Judiciária, que deslocou investigadores a Itália para coadjuvar o cumprimento da carta rogatória expedida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).


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