Euronews, 30/04/2016.
Por Francisco Marques | Com FRANCE PRESS, RUDAW
Os manifestantes xiitas antigoverno que este sábado invadiram o Parlamento do Iraque, em Bagdade, começaram a abandonar o local depois de ali terem permanecido horas a protestar de forma pacífica. A intervenção clandestina terá sido motivada por um apelo à ação do líder religioso xiita Moqtada al-Sadr, que exige a implementação da reformulação do governo prometida pelo primeiro-ministro, mas cuja votação os deputados parecem insistir em retardar.
Sadr followers dig in inside Baghdad's Green Zone, political crisis deepens https://t.co/8bIZgq8HoE pic.twitter.com/2jk7ZunJHL
— Reuters (@Reuters) April 30, 2016
No final da tarde deste sábado, fiéis de Moqdata al-Sadr e o próprio primeiro-ministro, Haidar al-Abadi, apelaram aos manifestantes para abandonar o parlamento. A invasão foi o culminar de uma manifestação que começou por cingir-se a uma concentração nas imediação das Zona Verde da capital, um perímetro normalmente fechado ao público, mas que, este sábado, 12 anos depois, voltou a abrir-se ainda que de forma furtiva.
Numa comunicação ao final do dia, Moqtada al-Sadr insistiu na mudança do governo prometida pelo primeiro-ministro: “Ou estes políticos corruptos saem ou o governo é derrubado sem exceções pelo povo. Estou aqui hoje para tomar o lado do povo e somente o lado do povo. Vou deixar de falar com políticos, à exceção daqueles que também querem mudar as coisas. Estou à espera da revolução do povo.”
De acordo com a televisão Rudaw, sediada no Curdistão iraquiano, cerca de 70 deputados curdos e sunitas abandonaram Bagdade rumo a Erbil, no norte do país. Alguns dos parlamentares curdos dizem ser hora do Curdistão cortar o vínculo com o Iraque.
Em comunicado, a União Europeia condenou a invasão do parlamento e sugeriu ter-se tratado de uma perturbação deliberada do processo democrata em curso no Iraque.
The attack on the Parliament #Iraq and protests in Baghdad risk to further destabilise situation, says @FedericaMog https://t.co/JkY5oTYNWC
— European External Action Service - EEAS 🇪🇺 (@eu_eeas) April 30, 2016
Nota do editor do blog: George W. Bush é irremediavelmente um criminoso de guerra, e tal como Saddam Hussein, também deveria ser enforcado. O clérigo Moqtada Al-Sadr, ligado aos xiitas do Irã, que ajudou a estimular revoltas contra os Estados Unidos em 2004, mais uma vez volta para o Iraque em 2011. No início alegará que não mais se envolveria na política, mas de repente essa vontade passou. O Irã, como sempre, está envolvido em todas as revoltas “populares” (terroristas) que ocorrem no Oriente Médio. Com Saddam Hussein e a invasão do Iraque não foi diferente, assim como com Kadafi, pois Teerã se articula junto com a Rússia para também exercer influência militar e política naquela região.Para mim está claro o objetivo de Moqtada: ele quer reavivar as milícias xiitas naquela região, e colocá-las a serviço de seus mestres iranianos. Putin já havia dado algum auxilio para as forças iraquianas, que estão desgostosas de como os americanos estão gerindo a situação. Falta pouco para que as eleições americanas se concretizem e deem ao mundo o novo líder da nação mais poderosa da Terra. Pelas minhas estimativas, Moscou tem tudo garantido para estender sua influência militar e política para aquela região por meio do Irã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário