17 de mar. de 2016

Rússia pode regressar à Síria "em algumas horas" se necessário






DN, 17/03/2016.




Garantia é do presidente russo, que pediu que seja respeitado o processo de paz

O presidente russo advertiu hoje que Moscovo pode aumentar a presença militar na Síria "em algumas horas", caso seja necessário, e pediu a todos as partes em conflito que respeitem o cessar-fogo.

"Se necessário, a Rússia pode aumentar, em apenas algumas horas, a presença na região até a um nível adaptado à situação em desenvolvimento", declarou Vladimir Putin, durante uma cerimónia no Kremlin, em que condecorou soldados e oficiais de regresso da missão na Síria.
"Não é o que queremos. Uma escalada militar não é do nosso interesse. É por isso que acreditamos no bom senso de todos os beligerantes a favor do processo de paz" iniciado em Genebra, disse.

O chefe de Estado russo advertiu que se os grupos rebeldes violarem o cessar-fogo, instaurado a 27 de fevereiro, a reação de Moscovo não se fará esperar.

"Se constatarmos casos de violação da trégua por qualquer grupo, (esse grupo) será automaticamente excluído da lista que nos foi fornecida pelos Estados Unidos. Quer dizer, com todas as consequências resultantes", alertou.

Putin confirmou que baterias antiaéreas russas "S-400" e sistemas "Pantsir S-1" iam ficar nas bases russas na Síria "em missão de combate permanente".

"Criámos as condições para o lançamento do processo de paz. Foram os soldados russos que abriram o caminho à paz", afirmou Putin.

A Rússia demonstrou na Síria "a sua liderança incontestada, a vontade e responsabilidade" na luta contra o "terrorismo internacional", considerou.

O presidente russo avaliou o custo da operação militar na Síria, iniciada a 30 de setembro passado, em 33 mil milhões de rublos (425 milhões de euros), cuja maior parte foi financiada pelo orçamento do ministério da Defesa.

Moscovo indicou que ia concluir a retirada da maior parte do contingente da Síria dentro de "dois ou três dias", conforme a decisão do chefe do Estado-maior russo na segunda-feira, mas vai manter instalações e homens no local para supervisionar o cessar-fogo e continuar a atingir "objetivos terroristas" no país.

Mais de 700 soldados e oficiais das forças armadas russas participaram na cerimónia no Kremlin, disseram fontes da presidência russa.

Para vários observadores pró-Kremlin a campanha de cinco meses e meio na Síria ajudou a pôr fim ao isolamento internacional de Putin, na sequência da guerra no leste da Ucrânia, e garantiu os interesses de Moscovo no Médio Oriente.

Nota do editor

A Rússia demonstrou na Síria "a sua liderança incontestada, à vontade e responsabilidade" na luta contra o "terrorismo internacional", considerou. Liderança incontestável. Isso é bem perigoso, se é que você quer saber, pois liderança incontestável antigamente era algo que só podia ser cunhado, em menção aos Estados Unidos, e não o contrário. Mas, isso já é outra história, é passado, acabou. E pelo visto muitos americanos agora preferem respeitar os pais fundadores da moderna Rússia, trocando os antigos por: Lênin, Trotsky e Stalin. Esqueça Jefferson, Washington e o Benjamim. A Rússia tem dividido com o Irã o Oriente Médio, da forma que bem entende, enquanto isso, os europeus e partidos de “oposição” estão a dar ao Putin um singelo apoio, caso se sobressaiam nas eleições regionais. Tempos difíceis virão, e as eleições americanas vão decidir se serão os piores que nós já tivemos. 


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