DN, 17/03/2016
A embaixada em Ancara, o consulado em Istambul e a escola alemã estão fechadas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha anunciou hoje o encerramento das representações alemãs na Turquia devido ao perigo de "ataque iminente".
Frank-Walter Steinmeier especificou que a embaixada em Ancara, o consulado em Istambul e a escola alemã, também em Istambul, estão fechadas devido ao risco de atentados, quatro dias após um ataque que fez 35 mortos no centro da capital turca.
O atentado suicida de domingo em Ancara foi reivindicado hoje por um grupo radical próximo dos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), chamado Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK).
O ataque visou civis na praça de Kizilay, uma zona muito frequentada no centro da capital turca.
Já a 12 de janeiro, 12 turistas alemães foram mortos num atentado suicida no coração histórico e turístico de Istambul, num ataque atribuído pelo governo islamo-conservador turco ao grupo Estado Islâmico (EI).
A Turquia está em estado de alerta máximo desde o atentado contra uma manifestação pró-curda em frente à estação de Ancara a 10 de outubro, que fez 103 mortos.
Também este ataque, o mais mortífero de sempre em solo turco, foi atribuído ao EI.
A 17 de fevereiro, um outro atentado suicida, igualmente reivindicado pelos TAK, matou 29 pessoas, a maioria das quais militares, no centro de Ancara.
Nota do editorIsso é bem complicado, pois como foi informado nessa semana, Erdogan quer enquadrar qualquer oposição dentro da Turquia como sendo terrorista, como apologia ao terrorismo, pois para ele o PKK é terrorista [e realmente é!]. Porém, isso não significa que a Turquia seja menos. No entanto, dado aos últimos acontecimentos das negociações de paz da Síria e em Genebra, e do aviso da Rússia de que qualquer desrespeito pelo cessar-fogo – o que inclui também os rebeldes, sendo que a mesma disse que eles seriam os mais visados; qualquer desrespeito faria com que os militares russos viessem rapidamente no encalço dos detratores e pusessem eles na coleira, ou os aniquilasse de imediato – caso isso ocorra, então pode ter certeza que esse embate entre o PKK e Erdogan pode fazer com que a Rússia volte, mas bem depressa! Erdogan certamente não vai esperar sentado e fará alguma coisa.Para quem não sabe, o território curdo abrange alguns pedaços dos principais países em conflito; tirando a Líbia. Iraque, Síria e Turquia – embora a Turquia não esteja em crise, ou em confronto internamente contra militantes do Estado Islâmico, parte do território curdo também abrange esse país. Não é segredo que a Turquia também tem atacado militantes curdos na Síria, e se por um acaso desrespeitar o acordo, mesmo lá, a Rússia com toda certeza cumprirá sua ameaça. A questão aqui não é se os militantes da PKK mataram cidadãos turcos em represália a uma manifestação pró-curda em frente à estação de Ancara em 10 de outubro do ano passado, atacada por um homem-bomba suicida, a questão aqui é: de fato pode ter sido tanto um atentado do próprio governo turco naquela ocasião contra os curdos em Ancara – e, como confirmado nesse artigo – um atentado da PKK contra o governo em represália, mas o objetivo real aí seria desrespeitar o cessar-fogo, e daí levar os problemas para território sírio. A Turquia é especialista em fazer isso. Essa é a questão principal.Como foi dito num artigo anterior: a Turquia dá guarida para grupos terroristas, e foi pego no ano passado um navio boliviano, que, aparentemente, veio de sua costa, e estava repleto de armas de fogo indo em direção à Líbia, quando as autoridades gregas o apreenderam. Erdogan ainda deve explicações para isso.
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