14 de fev. de 2022

Análise do livro "O Establishment Anglo-Americano" de Carroll Quigley - Parte 1




Leitura, Felipe Folgosi.



Autor Carrol Quigley.



Prefácio do Livro


O professor Carroll Quigley apresenta as "chaves" cruciais sem as quais os eventos políticos, econômicos e militares do século XX nunca podem ser totalmente compreendidos. O leitor verá que isso se aplica a eventos passado-presente e futuro. "As Bolsas Rhodes, estabelecidas pelos termos do sétimo testamento de Cecil Rhode, são conhecidas de todos. O que não é tão amplamente conhecido é que Rhodes em cinco testamentos anteriores deixou sua fortuna para formar uma sociedade secreta, que deveria se dedicar à preservação e expansão do Império Britânico. E o que parece não ser do conhecimento de ninguém é que esta sociedade secreta... continua a existir até hoje... Este grupo é, como mostrarei, um dos mais importantes fatos do século XX”.


A Sociedade Secreta Criada por Cecil Rhodes


A partir do ponto de observação privilegiado da nossa máquina do tempo, voltamos agora para a sala de aula em que John Ruskin está exaltando as virtudes do coletivismo, e observamos que um de seus alunos está fazendo extensas anotações. Seu nome é Cecil Rhodes. Será revelado em anos posteriores que esse rapaz ficou tão impressionado pela mensagem de Ruskin que ele frequentemente se referia àquelas anotações nos próximos trinta anos de sua vida. Rhodes tornou-se um dedicado coletivista e quis cumprir o sonho e a promessa de John Ruskin. A missão de sua vida era levar o Império Britânico a dominar sobre todo o mundo, reuni-lo com a América, e criar o governo mundial com base no modelo do coletivismo. Sua biógrafa, Sarah Millin, resumiu bem quando escreveu: "O governo do mundo era o desejo simples de Rhodes." A maioria das pessoas sabe que Rhodes fez uma das maiores fortunas do mundo nas minas de diamante e ouro da África do Sul. O que não é amplamente conhecido é que ele gastou a maior parte dessa fortuna para promover as teorias de John Ruskin.

Uma das melhores autoridades na Sociedade Fabiana é Carroll Quigley, um respeitadíssimo professor na Universidade de Georgetown. Um dos ex-alunos de Quigley foi o presidente Bill Clinton. Em uma entrevista coletiva à imprensa logo após sua eleição, Clinton mencionou Quigley pelo seu nome e reconheceu que sentia-se devedor a ele por tudo o que tinha aprendido. O que Quigley estava ensinando era similar ao que John Ruskin ensinava e, como Rhodes antes dele, Clinton assimilou o conteúdo daquelas aulas com muita seriedade. A propósito, não devemos deixar de observar que Clinton foi um bolsista Rhodes Scholar.

Em seu livro The Anglo-American Establishment, o professor Quigley diz isto:

"As bolsas Rhodes criadas pelos termos do sétimo testamento de Cecil Rhodes são conhecidas de todos. O que não é amplamente conhecido é que Rhodes, em cinco testamentos anteriores, deixou sua fortuna para formar uma sociedade secreta, que deveria dedicar-se à preservação e expansão do Império Britânico. E o que não parece ser conhecido de ninguém é que essa sociedade secreta... continua a existir até os dias de hoje. Para ser certo, ela não é algo infantil, como a Ku Klux Klan, e não tem mantos secretos, apertos de mão secretos, ou senhas secretas. Ela não precisa de nada disso, pois seus membros se conhecem intimamente. Ela provavelmente não tem juramentos secretos nem qualquer procedimento formal de iniciação. Entretanto, ela existe e realiza encontros secretos..."

"Este grupo é, como mostrarei, um dos fatos históricos mais importantes do século XX." [4].

Um dos líderes e organizadores dessa sociedade secreta foi W. T. Stead, que escreveu um livro sobre os testamentos de Cecil Rhodes. Nesse livro, Stead diz:

"Rhodes foi mais do que o fundador de uma dinastia. Ele aspirava ser o criador de uma daquelas vastas associações semi-religiosas, quase políticas que, como a Sociedade dos Jesuítas, exerceram uma parte tão importante na história mundial. Para ser mais rigidamente preciso, ele desejava fundar uma Ordem como o instrumento da vontade da Dinastia..." [5].

A estrutura da sociedade secreta foi formada usando as linhas clássicas de uma conspiração. As conspirações mais conhecidas da história foram estruturadas como anéis dentro de anéis. Geralmente, há um líder ou um grupo pequeno de duas ou três pessoas no centro. Elas formam um anel de apoiadores em torno delas de talvez dez ou doze, e essas pessoas pensam que são a organização total. Elas não estão cientes que dois ou três indivíduos do grupo estão no controle. E então as doze criam um círculo maior em torno delas de talvez uma centena de pessoas, que pensam que são a organização total, sem perceber que existem doze que realmente estão dirigindo a organização. Esses anéis se estendem para o exterior até que finalmente, chegam à comunidade maior, onde elas alistam os serviços de pessoas inocentes que realizam diversas tarefas da sociedade secreta sem perceber quem está criando a agenda ou o por quê.

A organização Rhodes foi criada exatamente ao longo dessas linhas. Quigley nos diz o seguinte:

"Na sociedade secreta, Rhodes seria o líder. Stead, Brett (Lord Esher), e Milner deveriam formar um comitê executivo [chamado de "Sociedade dos Eleitos"]. Arthur (Lord) Balfour, (Sir) Harry Johnston, Lord Rothschild, Albert (Lord) Grey, e outros estavam listados como potenciais membros de um 'Círculo de Iniciados'; enquanto deveria haver um círculo externo conhecido como 'Associação dos Ajudadores' (mais tarde organizado por Milner como a organização Mesa Redonda)." [6].

Após a morte de Cecil Rhodes, a organização caiu sob o controle de Lord Alfred Milner, que era Governador Geral e Alto Comissário da África do Sul, também uma pessoa muito poderosa no sistema financeiro e na política britânica. [7]. Ele recrutou jovens da classe alta da sociedade para se tornarem membros da Associação dos Ajudadores. Não oficialmente, eles eram conhecidos como "Jardim de Infância de Milner". Eles foram escolhidos por causa de sua origem na classe alta, de sua inteligência e, especialmente, por causa de sua dedicação ao coletivismo. Eles foram rapidamente colocados em posições importantes no governo e em outros centros de poder para promover a agenda oculta da sociedade secreta. Eventualmente, essa Associação de Ajudadores tornou-se um anel mais interno de grupos maiores, que se expandiram por todo o Império Britânico e pelos EUA. Isto é o que Quigley diz:

"Por meio da influência de Lord Milner, esses homens conseguiram ganhar posições de influência no governo, nas finanças internacionais, e tornarem-se a influência dominante nos assuntos imperiais britânicos e nas relações exteriores até 1939. De 1909 até 1913, eles organizaram grupos semi-secretos conhecidos como Grupos da Mesa Redonda, nas principais dependências britânicas e nos Estados Unidos. Esses grupos ainda funcionam em oito países... Novamente, a tarefa foi dada a Lionel Curtis, que criou na Inglaterra e em cada domínio, uma organização de fachada para o Grupo de Mesa Redonda local existente. Essa organização de fachada, chamada Instituto Real dos Assuntos Internacionais (Royal Institute of International Affairs, ou RIIA), tinha como seu núcleo em cada área o existente e submerso Grupo da Mesa Redonda. Em Nova York, ele era conhecido como Conselho das Relações Exteriores (Council on Foreign Relations, ou CFR), e era uma fachada para o banco J. P. Morgan and Company." [8].

Finalmente, chegamos a essa obscura organização que exerce um papel decisivo na vida política americana contemporânea, o Conselho das Relações Exteriores. Agora compreendemos que ela foi criada a partir da sociedade secreta estabelecida por Cecil Rhodes — que ainda existe hoje, que originalmente era uma fachada para o J. P. Morgan and Company, e que seu propósito principal é promover o governo mundial com base no modelo de coletivismo.

Leia as partes: 2,3 , 4 e 5, 6


Fonte: trecho do artigo O Futuro Está Chamando Parte 2


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