Reuters, 03 de agosto de 2016.
Por Julia Harte.
Um oficial da polícia de trânsito de Washington foi preso nessa quarta-feira por acusações de ter tentado ajudar o Estado Islâmico, disse o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, sublinhando que este é o primeiro membro da aplicação da lei a enfrentar acusações de envolvimento com um grupo terrorista designado pelo governo.
O suspeito, Nicholas Young de 36 anos, de Firfax, Virginia, é acusado de ter enviado os códigos dos cartões no valor de $ 245 a um informante do FBI em julho. Os cartões foram destinados para as contas móveis de mensagens que o Estado Islâmico usa para recrutar os seus seguidores, de acordo com registros do tribunal.
Young acreditava que o informante era um conhecido que estava trabalhando com o grupo militante, dizem os documentos.
Young, um oficial que atua no Washington Metropolitan Area Transit Authority desde 2003, tem estado no radar dos agentes da lei federal desde 2010, de acordo com um depoimento aberto na Corte Distrital dos Estados Unidos na Virginia.
Autoridades do Metro disseram que Young foi demitido depois de sua prisão na quarta-feira.
De acordo com registros do tribunal, ele não tinha um advogado para quarta-feira.
Young é o primeiro policial acusado de tentar fornecer apoio material a uma designada organização terrorista, de acordo com o Federal Bureau of Investigation [FBI].
O Departamento de Justiça apresentou acusações relacionadas com o Estado Islâmico contra mais de 90 pessoas desde 2014.
Young não representou nenhum risco para os motoristas do Metro ou empregados durante os seis anos em que esteve sob vigilância federal, disse Joshua Stueve, um porta-voz do gabinete do Ministério da Virginia.
Em 2014, ele se reuniu várias vezes com um agente disfarçado do FBI que estava se passando por um recrutador ansioso do Estado Islâmico, de acordo com o depoimento. Ele aconselhou o agente sobre como contornar a lei ao deixar os Estados Unidos para se juntar ao grupo militante.
Young enviou os códigos dos cartões após o informante dizer a ele que o grupo precisava de ajuda para configurar contas de mensagens de aparelhos móveis, de acordo com o depoimento. Ele não prometeu cobrir os seus rastros: “Eu vou destruir o cartão SIM. Tenha um bom dia.”. O gerente do Metro General Paul Wiedefeld chamou as acusações de “profundamente perturbadoras”. Em um comunicado, ele disse que a polícia de trânsito alertou o FBI sobre Young e cooperou com os agentes federais durante a investigação.
O jovem viajou para a Líbia em 2011 para apoiar os rebeldes que tentavam derrubar o ditador Muammar Gaddafi, dizia no depoimento.
Naquele ano, ele também discutiu com informantes formas de contrabando de armas em Alexandria, Virginia, onde ele apareceu nessa quarta-feira [quando foi preso].
Seamus Hughes, especialista em extremismo na Universidade americana de George Washington, em Washington, chamou o caso contra o jovem de típico daqueles trazidos contra extremistas caseiros uma vez envolvidos com um informante.
A ascensão do Estado Islâmico “parece tê-lo levado da radicalização para a mobilização e a ação”, disse ele.