BTB, 10/03/2025
Por Kurt Zindulka
O caos tomou conta das ruas de Bucareste na noite de domingo, quando apoiadores do candidato populista Călin Georgescu reagiram com fúria, após o Escritório Eleitoral Central da Romênia impedir sua participação nas novas eleições presidenciais, após a anulação do pleito de novembro, no qual ele venceu o primeiro turno.
A capital romena mergulhou na violência, com apoiadores de Georgescu entrando em confronto com a polícia, atirando pedras, lançando fogos de artifício e incendiando objetos no coração de Bucareste. A decisão foi tomada por juízes e representantes de partidos políticos no Escritório Eleitoral Central, que proibiram o candidato independente de concorrer novamente.
Os manifestantes se reuniram próximos à sede do Escritório Eleitoral e do Banco Central da Romênia. Durante os protestos, um caminhão de transmissão de uma emissora nacional foi virado pelos manifestantes.
De acordo com a emissora romena Digi24, o órgão decidiu, por 10 votos a 4, que Georgescu não havia “respeitado as regras do procedimento eleitoral” e que “violou a obrigação de defender a democracia”.
A decisão ocorre após Georgescu ter sido preso e acusado no mês passado de crimes como “incitação a ações contra a ordem constitucional”, “divulgação de informações falsas”, “declarações falsas” e “criação ou organização de um grupo com caráter fascista, racista ou xenófobo”.
Georgescu ganhou destaque internacional em novembro ao obter uma vitória surpreendente no primeiro turno das eleições presidenciais. No entanto, ele nunca chegou ao segundo turno, pois o Tribunal Constitucional da Romênia anulou o pleito sob alegações de que a Rússia havia interferido na disputa a seu favor.
O político independente tem sido acusado de ser pró-Rússia e anti-OTAN. No entanto, ele afirma ser um candidato de linha “Romênia Primeiro”, comparando-se a Donald Trump nos Estados Unidos, e defende que boas relações com Moscou e o fim da guerra na Ucrânia seriam benéficos para seu país.
Após a decisão do Escritório Eleitoral Central de barrá-lo da nova eleição presidencial, Georgescu escreveu:
“Outro golpe direto no coração da democracia ao redor do mundo!”
“Tenho apenas uma mensagem: se a democracia na Romênia cair, todo o mundo democrático cairá! Isso é apenas o começo. É simples assim! A Europa agora é uma ditadura, e a Romênia está sob tirania!”
Georgescu não foi o único a criticar a decisão. O vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, classificou a medida como um “golpe euro-soviético”:
“Primeiro, anulam — com as urnas ainda abertas — a eleição que ele estava vencendo, depois o prendem, e agora até o excluem da eleição por medo de que ele vença. Em vez de ‘rearmar a Europa’, precisamos refundá-la para defender a democracia.”
O senador dos EUA Mike Lee (R-UT) também criticou a decisão, comentando:
“Esquerdistas adoram tirar seus oponentes das urnas. Onde já vimos isso antes?”
Já Elon Musk, em sua habitual forma sucinta, chamou a situação de “insana”.
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