PP, 20/01/2025
Por Oriana Rivas
O presidente iniciou seu segundo mandato ordenando o início do processo para designar os cartéis, incluindo o Tren de Aragua e a MS-13, como organizações terroristas estrangeiras. Horas depois, a ditadura de Maduro afirmou ter "desmantelado" a gangue venezuelana, algo que pode ser desmentido considerando os recentes crimes cometidos pelo grupo nos EUA.
Em 20 de janeiro, dia da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, a Patrulha Fronteiriça ativou protocolos contra a crise migratória. Militares foram enviados à ponte Hidalgo-Reynosa, o principal ponto de travessia ao sul do Texas, segundo o portal mexicano Milenio. Além disso, o presidente iniciou o processo para classificar os cartéis, incluindo o Tren de Aragua e a Mara Salvatrucha, como organizações terroristas estrangeiras.
Em outras palavras, Donald Trump começou a agir desde os primeiros minutos de seu segundo mandato. O comunicado oficial destacou essas prioridades sob o lema "tornar os Estados Unidos seguros novamente". Os próximos meses também trarão o fim das políticas de "capturar e liberar" implementadas pelo governo anterior de Joe Biden e o restabelecimento da política "Permanecer no México", entre outras medidas.
Longe de ser um ato de xenofobia, como a imprensa progressista tentou caracterizar, Trump fundamenta suas medidas nos crimes cometidos por migrantes irregulares. O caso mais recente foi o assassinato de um agente da Patrulha Fronteiriça na cidade de Vermont, após abordar um migrante que, segundo fontes, "permaneceu [nos EUA] além do permitido pelo visto", conforme relatado pela jornalista Ali Bradley.
Tren de Aragua incluído na lista de terroristas
"Vamos expulsar todos os estrangeiros ilegais membros de gangues criminosas", afirmou Trump em um comício no dia anterior à sua posse, e já começou a colocar isso em prática. A promessa de campanha foi feita desde que o Tren de Aragua começou a aparecer nos jornais dos EUA por crimes relacionados a uma grande rede de prostituição em Nova York ou pela presença de membros armados no complexo Edge at Lowry, em Aurora, Colorado.
No entanto, algo curioso aconteceu minutos após o anúncio de Trump: a ditadura de Nicolás Maduro, por meio do Ministério Público, emitiu um comunicado afirmando ter "desmantelado" a gangue criminosa transnacional. O comunicado descreveu duas supostas "etapas" para alcançar isso, mas acrescentou que "um dos obstáculos para maior progresso no julgamento dos integrantes do Tren de Aragua é a proteção que recebem no território colombiano". Alguns interpretam isso como uma tentativa de Maduro de se alinhar discursivamente com Trump.
CBP One é suspenso
Desde que a administração Biden lançou o aplicativo CBP One em janeiro de 2023, mais de 900.000 migrantes o utilizaram para entrar nos EUA, segundo dados de jornalistas especializados em cobertura da fronteira. Foram migrantes que, de outra forma, "seriam inadmissíveis para entrar nos EUA por meio de uma liberdade condicional humanitária em massa".
Em 20 de janeiro, o aplicativo foi desativado. Embora o governo Trump tenha enfrentado o primeiro processo judicial — a Lei de Refugiados de 1980 exige que os solicitantes de asilo sejam processados e ouvidos nos portos de entrada —, a administração republicana ainda pode usar mecanismos alternativos para invalidar essas reivindicações, como reativar o programa "Permanecer no México", algo que também foi anunciado.
Deportação de criminosos
A operação de deportação anunciada por Trump abordará "o recorde de cruzamentos de fronteira por estrangeiros criminosos durante a administração anterior". Isso está alinhado à suspensão do reassentamento de refugiados, após a superlotação de abrigos, como ocorreu em Nova York, o que, ironicamente, levou o governador democrata Eric Adams a pedir ajuda por não conseguir sustentar a crise nos abrigos.
Exército protegerá a fronteira sul
As imagens de caminhões e veículos da Patrulha Fronteiriça perto de San Antonio, Texas, são apenas uma parte das novas prioridades da Casa Branca. As Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, participarão da segurança da fronteira após a declaração de emergência nacional. Ainda não foi divulgado o número de tropas que serão enviadas, mas sabe-se que o Comando Norte do Exército dos EUA (Northcom) estará envolvido.
Assim, Trump inicia seu segundo mandato com essas e outras medidas que, como explicado por uma fonte de sua equipe, "enviam uma mensagem clara de que os Estados Unidos pretendem exercer sua soberania sobre seu território e suas fronteiras".
SPOTTED: Border Patrol trucks, SUVs, and vans near San Antonio, Texas, are on the way to the Southern Border
— Election Wizard (@ElectionWiz) January 20, 2025
pic.twitter.com/nXJPnt7BHp
Artigos recomendados: Cartéis e Governos
Nenhum comentário:
Postar um comentário