ZH, 03/01/2025
Por Tyler Durden
Um segundo agente do Departamento de Segurança Interna foi acusado de vender drogas ilegais, retiradas de evidências apreendidas, por centenas de milhares de dólares por meio de um informante confidencial.
Nicholas Kindle, um agente especial em Utah encarregado de investigar o tráfico de narcóticos ilegais, foi preso três semanas após seu suposto co-conspirador, o agente especial David Cole. Ambos enfrentam acusações de conspiração para distribuição de drogas, um crime grave. Kindle também enfrenta uma acusação adicional de conspiração para converter propriedade do governo dos EUA em lucro.
Kindle foi formalmente acusado por meio de um documento de informação apresentado pelo Escritório do Procurador dos EUA, o que não exige aprovação de um grande júri para iniciar processos criminais. Registros judiciais indicam que a ele ainda não foi designado um advogado.
Um juiz magistrado, em 3 de janeiro, marcou a primeira audiência de Kindle para o dia 21 de janeiro em Salt Lake City. Se condenado, ele pode enfrentar uma pena máxima de 25 anos de prisão.
Cole foi indiciado por um grande júri em 18 de dezembro e se declarou inocente da acusação de conspiração para distribuição de drogas. Ele deverá ser julgado na semana de 24 de fevereiro e, se condenado, pode enfrentar uma pena máxima de 20 anos.
Seu advogado, Alexander Ramos, afirmou anteriormente que ainda estava tentando reunir informações sobre o caso.
As credenciais dos dois agentes do Departamento de Segurança Interna foram suspensas após os indiciamentos, mas eles não foram demitidos, segundo documentos judiciais.
Sais de banho sintéticos, também conhecidos como Alpha-PHP, são substâncias controladas com efeitos comparáveis aos da metanfetamina e da cocaína. O abuso da droga pode resultar em efeitos adversos, incluindo vômitos, paranoia, hipertensão, convulsões ou até morte, segundo autoridades dos EUA.
Os promotores federais declararam que Cole e Kindle começaram a adquirir as drogas de evidências do Departamento de Segurança Interna em 2021, e as venderam a um informante confidencial entre 2022 e 2024.
Os réus supostamente permitiram que o informante revendesse as drogas, e os compradores nunca foram investigados ou presos, de acordo com documentos judiciais.
As transações normalmente envolviam uma onça (28 gramas) de sais de banho por US$ 5.000, que eram revendidos pelo informante a um preço mais alto, conforme um depoimento do FBI apresentado em dezembro de 2024.
De acordo com o depoimento do FBI, os investigadores apreenderam mais de US$ 67.000 em dinheiro e sais de banho durante buscas nas residências dos réus, veículos do governo, cubículos de trabalho e um cofre. O FBI não revelou a quantidade de sais de banho supostamente apreendida.
O FBI afirmou que o esquema gerou entre US$ 195.000 e US$ 300.000.
A investigação começou em outubro de 2024, após o advogado do informante relatar as vendas ilegais de drogas ao procurador dos EUA em Utah. O informante foi recrutado pelos agentes enquanto estava preso para realizar compras controladas de traficantes de drogas após sua libertação. No entanto, o informante afirmou que foi coagido pelos dois agentes a também participar de vendas ilegais, segundo o depoimento.
"Um traficante de drogas que carrega um distintivo ainda é um traficante de drogas – e alguém que violou um juramento de cumprir a lei e proteger o público", disse Nicole M. Argentieri, vice-procuradora-geral principal e chefe da Divisão Criminal do Departamento de Justiça, em um comunicado de 18 de dezembro.
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