RTN, 07/11/2024
Por Didi Rankovic
Um comitê das Nações Unidas (ONU) adotou duas resoluções, uma delas voltada para o Departamento de Comunicações Globais da organização, com o objetivo de estabelecer e fortalecer “parcerias com mídias novas e tradicionais para combater narrativas de discurso de ódio.”
O Quarto Comitê (Política Especial e Descolonização) também aprovou uma resolução para promover ainda mais o plano “Nossa Agenda Comum” da ONU, que, entre outros pontos, propõe identidades digitais vinculadas a contas bancárias — além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Pacto da ONU para o Futuro e o Pacto Digital Global — e também incentiva identidades digitais, censura e vigilância, com grandes potências como principais apoiadores desses planos.
Antes da adoção dos documentos, representantes de vários países manifestaram-se a favor da ampliação da censura sob a liderança da ONU, com o delegado da Itália defendendo o uso de IA para combater “informação e desinformação falsas.”
O representante do Reino Unido reiterou o compromisso do país com o Pacto da ONU para o Futuro e o Pacto Digital Global, destacou a lei de censura de longo alcance, o Online Safety Act, e observou que a lei obriga as empresas “a remover conteúdo ilegal online, incluindo desinformação e informação falsa ilegal gerada por IA.”
Outra questão à qual o Reino Unido permanece comprometido, revelou o discurso, é tratar a “desinformação” como uma grande ameaça.
A União Europeia essencialmente apoiou tudo isso, destacando, como de costume, a desinformação russa, enquanto El Salvador, África do Sul, Arábia Saudita, Israel e Malásia também expressaram sua profunda preocupação com a “desinformação” de diversos tipos, e pediram à ONU para intensificar os esforços para combatê-la.
O delegado do Paquistão sugeriu que grandes empresas de tecnologia (Meta, Google) sejam “colaboradas” e alertou que elas não devem priorizar o lucro acima da necessidade de se unirem “à guerra contra a desinformação.”
Quanto aos indivíduos acusados de espalhar desinformação, o Paquistão propõe utilizar os Princípios Globais para a Integridade da Informação da ONU, que visam promover não apenas o combate à “desinformação” e ao “discurso de ódio”, mas também a censura e a desmonetização de conteúdos de forma algorítmica.
No entanto, em uma reunião antes da adoção dos textos, algumas vozes discordantes foram ouvidas, especialmente a da Argentina. O representante do país expressou preocupação de que o termo “discurso de ódio” possa ser usado para reprimir o “debate pluralista.”
Segundo um comunicado de imprensa da ONU, esse delegado “se desvinculou” dos parágrafos nos documentos que se referem a “discurso de ódio, à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e à Nossa Agenda Comum.”
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Fonte:https://reclaimthenet.org/un-wants-digital-ids-to-combat-hate-speech-misinformation
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