Euronews, 15/10/2024
Desde 2013, número de ataques mortais com arma de fogo mais do que duplicou, segundo as estatísticas oficiais
A violência dos gangues na Suécia tornou-se tão grave que a taxa de homicídios ligados a estes grupos é atualmente uma das mais elevadas da Europa.
Um dos jovens destes gangues aceitou ser entrevistado, embora sob anonimato.
Depois de ter começado como traficante de droga, comete agora outros crimes anunciados em sistemas de mensagens encriptadas.
“Fazer explodir uma porta em Malmö custa 3 mil euros. Para matar alguém são 80 mil euros em Malmö, em Estocolmo custa 50 mil. Em Malmö é mais caro porque há mais pessoas importantes e há o risco de retaliação. Eu nunca matei, mas já magoei muita gente", confessa o jovem.
O número de menores suspeitos de cometerem assassinatos aumentou significativamente face a 2023.
Os criminosos encomendam assassinatos a menores, que enfrentam a perspetiva da justiça juvenil em vez de penas de prisão perpétua no sistema de adultos.
“As crianças são recrutadas porque ainda não têm uma compreensão clara do que é certo e errado nessa idade. E é fácil manipulá-las com dinheiro, por exemplo, comprando-lhes uma peça de roupa no início." conta o membro do gangue que não revela a identidade.
"Eles pensam que somos bons para eles. Dizem: 'Porque não nos tornamos amigos?' É assim que começa, e depois é uma espiral”, explica.
Em média, há um ataque com arma de fogo por dia por cada 10 milhões de habitantes na Suécia.
A escalada da violência dos gangues é alimentada pelo tráfico de armas e de droga que inunda os principais portos da Suécia.
Desde 2013, o número de ataques fatais com arma de fogo no país mais do que duplicou, de acordo com as estatísticas oficiais.
Grande parte da violência tem lugar nas grandes cidades, mas já começou a alastrar-se às cidades mais pequenas.
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